quarta-feira, novembro 17, 2010

472. Precisamos mesmo saber?

Na revista Sábado apareceu uma notícia sobre um escocês traficante de droga que foi torturado no Algarve. Tenho vergonha de revelar que senti alguma curiosidade mórbida sobre os detalhes da dita tortura, mas não esperava tantos pormenores - passou-me imediatamente a curiosidade, transformada num sentimento de "Precisamos mesmo saber isto?".

Há poucos dias dei com outro exemplo. O jornal da TVI deu a notícia do roubo de uma viatura. A senhora tinha ido a casa, deixando a chave na ignição, e se isto ainda não bastasse, deixou também os dois filhos. O ladrão andou dez quilómetros com os filhos da dona do carro lá dentro, antes de fugir. Até aqui tudo bem. Posso bem com a estupidez natural das pessoas.

O que se passou depois foi mais grave, porque o jornalista indicou que o filho mais velho, de apenas 7 anos, ia fazer a identificação do criminoso, e não bastando isto ainda deu os detalhes físicos da criminoso. Indicou por exemplo que tinha cabelo grande. Se ele fôr espectador da TVI a esta hora já cortou o cabelo...

Senhores jornalistas. Sejam eficientes. Informem o que precisamos de saber, mas tenham a noção de que não precisamos saber TUDO!