332. Y viva España...

A Espanha ganhou o Europeu e mereceu ganhar porque não deu qualquer hipótese aos seus adversários. Acredito que seja também a vitória de um dos campeonatos mais competitivos do mundo. Em comparação os elementos da equipa Portuguesa jogam nos diversos campeonatos europeus, têm qualidade evidente, mas não é cultivado o espírito de equipa.

Será que Portugal tinha ganho se em vez de um Ricardo tivessemos um Casillas na baliza? Creio que isso não teria tanta importância como o facto de eles serem mais combativos, mais rápidos e mais eficazes.

Não vimos as fintas bonitas dos nossos rapazes, vimos um futebol rápido ao primeiro toque. Vimos a inteligência a funcionar no meio campo.

Felizmente que não tivemos de jogar com a Espanha no final, ou seria uma reedição de Aljubarrota ao contrário, corporizada numa mais do que eventual derrota portuguesa.

331. Sardinhas, Marteladas e Alho Porro

Felizmente que não tenho de explicar a nenhum estrangeiro a nossa tradição da festa do S. João. Aquela coisa das marteladas com os martelos de plástico, o maldito alho porro. E depois são as rusgas, as pessoas na rua. Mais do que em qualquer outro dia, Braga transforma-se e ganha vida.

Ao longo da vida, apenas duas situações tornam as recordações desta festividade mais penosa. Há muitos anos atrás houve uma afluência muito grande de pessoas na avenida. Como sempre existem duas massas humanas, uma que sobe a avenida e outra que desce. Nesse ano havia demasiada gente, e eventualmente menos espaço por causa de eventuais obras. O que é certo é que me vi no meio das duas massas, prestes a ser esmagado. A ideia não é simpática.

A segunda situação existe todos os anos, no portão que dá para o parque de exposições, transformado nestas festas num imenso parque de diversões. A passagem é estreita demais para tanta gente, o que ocasionava atropelos desnecessários.

330. Plataformas

Assistir ao quarto filme do Indiana Jones é para mim um assunto religioso. É uma saga que me tem perseguido desde a adolescência, como um vício. Não vou negar que Spielberg e George Lucas inculcaram em mim um gosto pelo cinema que nunca vou perder, mesmo que admita com algum pesar que as sequelas que estes senhores fazem nunca conseguem recuperar a magia dos primeiros filmes.

Aconteceu com a saga da Guerra das Estrelas, tinha eventualmente que acontecer com o Indiana.

Este quarto filme não passa de um misto de jogo de plataformas e de filme de uma reunião de amigos. Se Harrison Ford não esconde a idade que tem, a fantástica Karen Allen já está bastante mais acabada. Sempre foi das minhas preferidas, nunca lhe vou perdoar o facto de ter interrompido a carreira para este "familly movie".

Quanto a Shia (que em hebraico significa Dádiva de Deus) LaBeouf ("a bife"??) safa-se bem. Memorável a cena dele a lutar à espada com Cate Blanchett. Menos feliz na cena da cobra. Vê-se perfeitamente que se trata de uma cobra de borracha.

No fim de contas: excesso de efeitos digitais, história fraca.

329. Conflito de gerações

Organizei uma ida ao cinema. Até aqui nada de transcendente. Fui com o meu pai e a minha filha aos cinemas Lusomundo no Bragaparque ver o último filme do Indiana Jones. Comprámos os bilhetes e para grande surpresa minha, fui eu quem pagou mais. O meu bilhete custo 5 Euros (bilhete normal), enquanto a minha filha tinha direito a um bilhete de estudante, a preço reduzido (4 euros).

O problema foi quando o meu pai viu que também tinha direito a redução. Deve ser complicado chegarmos à idade em que temos direito a estas regalias, e levarmos com um bilhete, também a preço reduzido e que dizia "bilhete de estudante", tal como a minha filha.

Senhores da Lusomundo, abram os olhos...

328: Good-bye Mr Scolari

É complicado falar de Scolari, especialmente porque dele já se falou tudo. Em cinco anos, libertou a selecção do poder das equipas, estruturou a equipa. Embora não tenha ganho nada, fez com que Portugal subisse no ranking das melhores equipas, o que por seu lado favoreceu financeiramente a federação e elevou o moral dos Portugueses, de uma forma que nunca outro seleccionador tinha feito.

Agora com a sua saída atribulada, fica a dúvida: teria tido a Selecção melhores resultados caso a saída só tivesse sido comunicada após o fim da prestação portuguesa na prova?

É que depois da comunicação, não conseguimos mais nada.

Quanto ao futuro do Scolari no Chelsea, o Scolari que perde as estribeiras dentro do relvado e nas conferências de imprensa, existem já sites de apostas Ingleses com a data provável da "saída" do Scolari do Chelsea, sendo o normal considerado entre 6 meses a 1 ano.

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PS - Fica aqui uma dúvida, sobre a divulgação da contratação de Scolari: não é estranho ter acontecido por se tratar de um clube cujo patrão é um russo, o qual deve ter encontrado uma forma original de tirar do caminho da selecção do seu país um dos favoritos?

327. Boa sorte, precisa-se

No barbeiro, enquanto esperava que o barbeiro terminasse a carecada ao meu filho, a conversa parou no assunto quente que era o europeu. (Ainda) cheio de esperança, e do alto da minha sabedoria, apontei como favoritos para a final Portugal, Croácia, Holanda e Espanha.

Destas, só falta jogar a ultima equipa. Para a próxima faço uma aposta num qualquer site de apostas para o oposto das minhas convicções, porque estas saem invariavelmente furadas.

326. Redenção: precisa-se

Parece o título de um site evangélico, mas não é. Depois de uma derrota inesperada no domingo face à selecção Helvética (a qual parecia um "queijo suiço" de nacionalidades), espera-se agora a redenção da equipa com uma grande vitória contra os Germânicos.

Para isso, a receita é simples:

1. Calma e serenidade na defesa e na baliza.

2. Concentração no meio-campo

3. Sorte e talento na linha avançada

E mai nada!

"Forza" Portugal! Este blog está contigo....

325. Espécie em vias de extinção

O governo decidiu abrir a época de caça para os ATL, com o fundamento de que as escolas conseguiam prestar o mesmo serviço, pelo que deixaram de subsidiar estas instituições.

O problema é que os horários são incompatíveis com os horários dos pais, e além disso a grande maior das escolas não têm pessoal para este fim.

No meio desta salgalhada, o ATL frequentado pela minha filha está em risco de fechar. Tive o privilégio de assistir à festa de fim de ano do ATL e, não sei se foi por estar em risco, mas a festa foi bastante boa. Notou-se o empenho dos míudos e dos educadores, de tal forma que me senti incomodado e revoltado no final. Quando é que as escolas do primeiro ciclo têm capacidade para organizar eventos deste tipo, que finaliza em apoteose com um musical de 30 minutos?

324. A minha filha e a economia global

O mundo está, de facto, a ficar cada vez mais pequeno. No outro dia a minha filha ficou triste ao pequeno almoço. Ficou triste porque alguns meses antes alguém tinha decidido aumentar o preço do petróleo, com a mesma facilidade com que escolho a minha camisa das terças-feiras.

O aumento do petróleo forçou o aumento da gasolina e do gasóleo.

Algum tempo depois, quando a situação se tornou suficientemente incomportável, os camionistas decidiram fazer um bloqueio.

Por causa do bloqueio deixaram-se de fazer donuts, porque não havia farinha.

E por isso a minha filha ficou triste.

323. Hussein II dos Estados Unidos

Agora que a minha candidata favorita do partido democrata dos Estados Unidos foi preterida em favor de Barack Obama, fica aqui a curiosidade do nome completo do senhor Obama: Barack Hussein Obama II.

As probabilidades de alguém de nome Hussein ganhar a corrida para a Casa Branca são tão grandes como as que eu tenho em ganhar o euro milhões, sem jogar.

Portanto temos de gramar com o Senador McCain.

As probabilidades do Senador McCain se portar melhor do que George Bush são as mesmas que eu tenho em ganhar um prémio Nóbel. Ou seja, as probabilidades são poucas e exigem um esforço sobre-humano.

Conclusão: os actores mudam no segundo acto, mas a comédia continua...

322. Pausa para o Euro

Deviam pôr um cartaz nas fronteiras e aeroportos nacionais a dizer "Pedimos desculpa por esta interrupção, o País segue depois do Euro"...

Merecemos realmente o maldito acordo com os brasileiros, porque na prática somos iguais a eles, havendo futebol tudo pára e esquece-se a crise...

321. Bloqueio Mental

Portugal vive uma onda de greves. Penso seriamente em fazer uma greve na qual não blogarei absolutamente nada até o governo me atribuir um décimo do rendimento de um administrador da Galp, pelo menos.

Primeiro foram os pescadores, depois os camionistas, agora os reboques e os agricultores. De aqui a pouco até a prostituição entra em greve, reclamando regalias sociais. Isto, claro está, para grande desgosto dos pescadores, camionistas, rebocadores e agricultores.

Esquecendo por instantes a morte de um membro do piquete de greve, causada por um camionista que "furou" a greve no sentido mais literal do termo, fica a anedota da ambulância.

Reza a estória que os camionistas deixaram passar uma ambulância, e desfizeram-se a rir quando a viram parar e, em vez de doentes, viram descarregar um carregamento de peixe.

Já estou a imaginar os próximos clientes da ambulância, se ainda estiverem suficientemente lúcidos, a comentar "esta ambulância tem um cheiro estranho..."

320. Frete Parental

Tremendo frete o de ser pai! Pelo menos no que toca ao acompanhamento das filhas pré-adolescentes a concertos de bandas como as "justgirls".

Fui. Contrariado, mas fui. E digo sem vergonha que gostei. Em primeiro lugar duas das moçoilas têm realmente talento. Em segundo lugar porque a banda é efectivamente de excepção, destacando-se pela positiva o guitarrista Guilherme Marinho.

Agora pergunto: a meio do show elas disparam com duas músicas em inglês. Nesta música a voz das duas referidas moçoilas destaca-se claramente, contrastando com o moche das vozes indistintas quando cantam músicas em português. Porque será?

319. Acto divino

Não costumo ler as letras miudinhas dos contratos de garantia, mas hoje qualquer coisa fez com que prestasse atenção ao "Warranty" de um router da Draytek. Quem não souber o que é um "router", pense em algo parecido com um aspirador. Não tem nada a ver, mas o efeito é o mesmo.

No meio da enumeração das coisas que podiam cancelar o contrato de Garantia, estava "... damages by the act of God ...", ou seja, problemas causados por acto de Deus.

São realmente bem humorados, estes advogados orientais...

318. Enganado

Tenho dito a muito boa gente que não acreditava nesta selecção de "putos". O jogo com a Turquia fez-me ver o meu engano. Talvez a histeria colectiva gerada em torno do estágio em Viseu e posteriormente com a chegada da selecção à Suiça talvez tenha algo de histórico. O facto de, pela primeira vez, termos uma verdadeira equipa.

Talvez não tenhamos grandes atacantes, mas a equipa é sólida, a defesa e o meio-campo são excelentes, e depois temos um conjunto de jogadores que a qualquer momento podem enfiar o esférico na baliza do adversário.

Se alguma coisa ficou provado no jogo de sábado foi que a Selecção aprendeu com os erros (leiam-se experiências falhadas) durante a fase de qualificação, os quais iam custando a presença de Portugal nas finais. Além disso ficou provado que a selecção não é só Ronaldo. Ele é muito bom, mas vem de uma temporada desgastante em Inglaterra, e além disso é tão falado que se torna imediatamente um alvo a abater pelas defesas dos adversários. Mas ele lida bem com adversidades e com a pressão. O facto dele ser o alvo privilegiado abre uma oportunidade na defesa para os outros jogadores tentarem a sua sorte.

Scolari tem o privilégio nesta competição de ter no banco uma "dream-team", onde todos os jogadores, sem excepção, revelam qualidades muito acima da média. O facto da competição ser na suiça, faz com que a Seleccão tenha o mesmo apoio que teria se o campeonato se realizasse aqui no burgo, dado o tamanho da comunidade Portuguesa naquele país.

Mesmo que não ganhemos este ano são jogadores jovens que de certeza terão muitas alegrias para nos dar.

A jeito de nos fazer esquecer o cinto, que de tão apertado não nos permite sequer respirar, quanto mais gritar a plenos pulmões "Portugal, Portugal!"

317. Stop!

Vi hoje no rodapé das notícias da TVI uma notícia que me fez pensar: "Colocação os radares em Lisboa fez aumentar para o dobro o número de acidentes".

Ilustres decisores deste país, atentem nestes factos e comecem, finalmente, a pensar. Evitem colocar sinais de 50 em vias que devem continuar a ser rápidas...

316. Gente elegante

Vi-a a atravessar a passadeira. Parei, mais pelo simples prazer de a ver passar (isto de ser comprometido não põe a rolha no cérebro) do que por qualquer força do código da estrada. Era simplesmente perfeita, um míuda elegante, dos seus vinte e poucos anos.

Eis se não quando esta aberração da natureza termina de passar a estrada, arqueia os ombros e manda um valente escarro para o passeio. Assim a seco, à homem. Puxado de tal forma que parecia que o muco se lhe tinha acumulado nos pés.

Nesse mesmo dia fui a Amares. Cruzei-me com uma rapariga da mesma idade na caixa de escadas de um prédio. Parecia uma rapariga normal, sem nada que merecesse um segundo olhar. Ficou-me na mente porque, simplesmente, me deu os bons-dias, o que, no meu cérebro danificado pela visão do escarro, lhe deu a ela uma dimensão de top-model.

315. A evolução do Roubo