sábado, julho 21, 2007

56. Black and White Blues

Para provar que a minha terra não era noticia só pelo Salazar ou pelo Serial Killer, temos as pequenas coisas que saltam à vista se estivermos com atenção e a olhar para o sítio certo. Numa noite de festa, alguns anos atrás dei elas. Pequenas, a preto e branco a lembrar os filmes antigos, poisadas no fio da electricidade que atravessava a rua a sete metros, espaçadas por trinta centímetros com uma precisão fabulosa e viradas todas para o mesmo lado. A principio pensámos que eram enfeites para a festa, mas depois descobrimos que eram andorinhas, milhares delas, pousadas em cima do mesmo fio de electricidade que atravessava uma rua.

Vim a saber que o expectáculo se repetiu durante anos, a mesma rua, o mesmo fio, só deus sabe se as mesmas andorinhas (duvido muito que elas próprias se distingam entre sí, pelo que imagino o forrobodó na altura da procriação - machos ou fêmeas deve marchar tudo...). Chamaram as televisões, mas nenhuma achou o espectáculo suficientemente interessante. Afinal não havia sangue, nem raptos, nem ninguém tinha sido enganado. Eram apenas milhares de andorinhas pousadas no mesmo fio.

Agora tudo acabou, por causa do progresso. O homem do talho comprou uma máquina de limpeza que faz muito barulho e elas nunca mais voltaram.

Ou seria do aquecimento global?

quinta-feira, julho 19, 2007

55. Terra pequena

Ser de uma terra pequena tem destas coisas...qual CSI Miami qual carapuça. A nova série deveria chamar-se CSI Santa Comba Dão, é o que é.

Desconhecida por muitos, esta terra é conhecida por três coisas: o vinho, o Salazar e o Serial Killer. Do vinho e do Salazar está tudo dito. Há quem goste, há quem não goste, há quem diga que fez bem, outros dizem que não cai bem. Mas aquilo que realmente queria falar aqui era sobre o Serial Killer que está a ser julgado na Figueira. Uma coisa é vermos estas coisas na televisão, outra completamente diferente é vermos o irmão de uma das vítimas e falarmos com pessoas que conheciam bem o presumível assassino.

Pelo que me contaram, a seguir ao assassinato da última rapariga, o ex-cabo da GNR foi a Fátima a pé. Pelo que disse uma das mulheres que integraram o grupo, ele estava todo arranhado na cara e passou algum tempo a esconder a mesma com um saco. Pelo que disse esta senhora, volta e meia integrava-se no grupo um homem que também se dirigia a Fátima e que passava o tempo a perguntar coisas ao grupo. Depois desaparecia e passado algum tempo voltava a apanha-los na peregrinação.

Quando perguntou se as mulher do grupo se sentiam em segurança, elas responderam que sim, "porque estavam na companhia de um ex-cabo da GNR", ao que este disse que "se alguém se meter connosco tenho uma surpresa para ele aqui no meu bolso".

A mulher entrou em pânico e apresentou-se de imediato na Judiciária para prestar declarações, vendo nesse momento que a pessoa que os tinha acompanhado na peregrinação era da Judiciária.

54. Bota fedorento nisso...!

Fui ontem ao blog dos Gato Fedorento. Além da loucura generalizada e constante, aquilo que mais me despertou a atenção foi o seguimento do percurso deles. Vemos os comentários deles aquilo que já vimos como trabalho realizado. Do melhor...

Aquilo que me despertou MESMO a atenção foi um comentário (ou melhor, um desabafo) que o Ricardo Araújo Pereira fez na altura da vitória do Engº José Socrates, dizendo que tinha pena que ele tivesse sido eleito há pouco tempo, porque assim ainda não tinha nada para dizer mal.

Vendo à distância o resultado na pérola humoristica "Diz que é uma espécie de Magazine", creio que aproveitaram bem o tempo, arregaçaram as mangas e fizeram o que sabem, achincalhar da forma mais inteligente e requintada...