221. SND

Recomendo vivamente a alteração da sigla SNS, que significa Sistema Nacional de Saúde, para SND, um mais realista Sistema Nacional de Doença.

Com o fecho das urgências e a restruturação dos centros de saúde, ninguém se entende. São mais que muitas as ambulâncias na estrada, as mulheres a dar à luz por onde calha, as idosas que vão para a urgência para falecer sem serem vistas por um médico.

Este fim de semana o Hospital de Faro registou uma afluência superior à normal, tendo o sistema de triagem atribuído a cor amarela (de atendimento num espaço não superior a uma hora e a mesma côr atribuída à idosa que faleceu nas urgências do Hospital de Aveiro) a uma percentagem entre 60-80% dos pacientes. Basta uma conta simples para vermos que tudo isto não possibilita de forma alguma um serviço de qualidade.

Quantas pessoas vão falecer enquanto não houver ambulâncias disponíveis, por estas estarem ocupadas no transporte de doentes com situações mais ligeiras, da mesma forma que as grávidas desatam a desenprenhar nas urgências e nas ambulâncias.

Pouco tempo antes do Natal ouvi uma reportagem sobre as mães que tinham dado à luz nas ambulâncias no distrito de Coimbra (mais propriamente Figueira da Foz). Além dos próprios bombeiros terem de comprar os chamados Kits de Parto, o que deveria ser financiado pelo governo, entre outras muitas coisas que não vale a pena falar aqui, um deles descaiu-se para a verdade, chamando "vítima" à mãe.

É por isso que todos nós (ou pelo menos aqueles sem posses para recorrer à medicina privada) somos vítimas de um Sistema de Saúde Enfermo.

220. Arquivamento

Descobri hoje uma expressão nova. "Despacho de Arquivamento". É o nome técnico do ofício gentilmente enviado pelo tribunal para minha casa indicando que a polícia tinha desistido de procurar os culpados pelo assalto ao meu carro, onde levaram a bolsa da minha esposa.

Primeiro, tenho que indicar que a minha esposa ficou mais assustada por receber uma carta do TRIBUNAL do que com o assalto propriamente dito, o que reflecte perfeitamente a nossa consideração pelas instituições. Creio que cada um representa o seu papel, e se agimos com honestidade não temos de temer ninguém (pelo menos ninguém que também venha munido da mesma atitude).

Como achei interessantes os termos do tal despacho, aqui fica ele, retirados os pormenores pessoais:

"Compulsados os autos verifica-se que, apesar das diligências encetadas, não foi possível até ao momento carrear elementos indiciários bastantes sobre a identificação do(s) autor(es) do(s) crime(s) de Furto Simples participado por _____________ a que o imputa a desconhecidos.

Não se afigurando por ora outras diligências úteis a ordenar conducentes à descoberta do(s) agente(s) criminoso(s), determino o arquivamento dos autos nos termos do art...."

Uma verdadeira obra de arte da literatura nacional, à qual não falta inclusivamente um final infeliz...

PS - Gostava de ser uma mosca para poder saber o que significa realmente "...diligências encetadas...". Terão os senhores agentes chegado a levantar os respectivos traseiros das cadeiras? Se tivessem pedido os números das contas poderiam verificar na Caixa Geral de Depósitos a hora em que os gatunos tinham tentado levantar dinheiro com um dos nossos cartões. E depois poderia ir à agência do Banco Popular e efectuar diligências para solicitar à SIBS a gravação do vídeo de vigilância que a mesma caixa de multibanco costuma ter. Até posso afirmar que foi em Lamaçães, pelas informações que tive da Caixa Geral de Depósitos. Mas eu não sou polícia, como me acusou um Senhor Agente, que me disse estar a fazer o trabalho da polícia. Pelo que não fiz mais nada e esperei que a polícia chegasse à mesma conclusão. Teria sido isto incluído nas tais "diligências encetadas"? Só espero que os criminosos não façam um novo assalto de que resulte alguém ferido.

219. Alcochete

Afinal o aeroporto sempre vai para o "deserto", conforme aquela tirada infeliz do infeliz ministro Mário Lino. Imediatamente começou a inflação dos preços dos terrenos na zona.

Ganham os moradores da OTA o silêncio e a paz. Perdem os investimentos já efectuados, mesmo com a promessa de recompensas do governo.

A OTA já era.

(Perdem também os estrangeiros que derem um nó na lingua ao tentarem dizer Aeroporto de Alcochete - mas o mais provável é que eles tenham um Sistema Nacional de Saúde que funcione melhor do que o nosso para resolver esse problema...)

218. Meras palavras

A famosa greve dos argumentistas nos Estados Unidos levou ao cancelamento da cerimónia dos globos de ouro, depois dos próprios actores se solidarizarem com os grevistas. Agora, surgem rumores sobre a possibilidade do cancelamento da própria cerimónia dos Óscares.

Há factos que só se conhecem nestas situações, como por exemplo o facto de terem estado envolvidos 14 argumentistas na edição do ano passado dos Óscares.

Pergunto eu: 14 argumentistas para quê? Aquilo é tão simples como "dizer piadas, apresentar categoria, apresentar nomeados, indicar vencedor, esperar que o vencedor termine os agradecimentos e passar rapidamente para a próxima categoria".

Haja dinheiro, que sempre se podem fazer coisas bonitas. A ver pela diferença, a esmagadora maioria dos filmes portugueses nunca teve um argumentista envolvido. Assim safamo-nos das greves...

217. Gatos mudam de ninho

A partir de Setembro, os Gato Fedorento mudam-se para a casa da mãe SIC, acompanhando o novo Director de Programas deste canal, Nuno Santos, proveniente também da RTP.

Só este facto fez com que as acções da SIC subissem 3,89% no PSI20, o que diz muito da popularidade do quarteto humorístico.

216. Mais um para o desemprego

Mais uma pessoa para o desemprego.

Trágico se não se chamasse Bill e não fosse ele o ex-CEO da Microsoft.

Trágico se não se tratasse do homem mais rico do mundo.

Mas se a falta deste homem significar que aberrações como o Windows Vista são apenas o começo, de aqui a pouco vão ver toda a gente aos berros "Volta Bill, estás perdoado..."

215. O circo continua

Em 2008 o circo continua, depois das férias de Natal que muitos insistiram em prolongar até Janeiro. Falamos, claro está, do futebol.

Na primeira jornada cá temos novas polémicas, já depois da polémica do Liedson e do Paredes, temos a polémica do Luisão e do Katsouranis, a demissão de um dos Responsáveis da SAD Sportinguista, Carlos Freitas.

Mais: um empate sofrido do Benfica, com um golo de um futebolista que deveria estar lesionado mas que continua a ser dos melhores elementos do colectivo...

É para isto que os bilhetes do futebol estão ao preço que estão? Mais valia ir ao circo...

Ainda se admiram por Pinto da Costa querer manter a todo o custo o plantel. A diferença é que ele tem uma verdadeira equipa.

214. Estranha forma de ser

Como sempre os conselhos do Nuno Markl revelam coisas estranhas, no mínimo. Hoje de manhã passaram uma música dos "The bird and the bee", uma banda de pop alternativo de Los Angeles.

Fica aqui o vídeo da música "Polite Dance"...



Fica aqui o convite para uma saltada ao youtube, pesquisem por "the bird and the bee". Vão ver um conjunto de vídeos sobre outras duas músicas, "Again & again" e "Fucking friend".

(Ponham uma bolinha vermelha no canto superior direito dos vossos monitores, porque este vosso amigo acabou de escrever uma "f-word").

213. Novas Modas(4)

Continua a chover...

PS - Sabem como vamos passar a conhecer os fumadores? São aquelas pessoas que estão sempre constipadas por serem obrigadas a fumar lá fora ao frio...

PS(2) - Com tanta gente a fumar fora dos restaurantes, levamos com o fumo de vinte fumadores ainda antes de entrarmos no recinto. Pelo menos antes os fumadores dispersavam-se pelo interior, agora concentram-se à porta. Assim ainda vai ser obrigatório uma porta para não fumadores....

212. Novas Modas(3)

Então é assim?...

É assim que cheiram os cafés e restaurantes sem fumo?

Estou a gostar da diferença, tanto como os fumadores estão a entrar em parafuso. Alegam que têm direitos. Meus caros, os direitos de uma pessoa acabam quando os mesmos direitos chocam com os direitos das outras pessoas.

Depois da polémica sobre o director da ASAE, foi pedido um estatuto especial para os Casinos, o qual foi recusado. Os casinos podem criar zonas especificas para fumadores, tal como o resto dos espaços públicos, e de acordo com as mesmas regras.

Ou há moralidade, ou comem todos...

211. Salvador

Creio que já falei aqui do programa Operação Triunfo. Creio que tem bastante qualidade, passando pela música, pela apresentadora e pelos concorrentes. Para o quadro ficar completo, tirem o Markl e a Bola.

Esta semana aconteceu a saída do Salvador, um concorrente bastante popular e talvez a melhor voz dos concorrentes desta edição. De certeza que vamos ouvir falar dele no futuro, tal como ouvimos falar dos novos talentos que conseguem um lugar ao sol através destes concursos.

Salvador foi obrigado a sair por ter violado as regras do concurso que impediam a inscrição de pessoas que tinham familiares na RTP, no caso dele um tio, ou tia. Não interessa. O que interessa é que o puto tinha talento.

E é isso que está sobre a mesa, certo?

210. O novo filme de Tolkien

Sendo fanático pelos livros de Tolkien, devorei com o mesmo apetite os três filmes de "O senhor do anel". Embora ache que foram feitas demasiadas alterações ao original, de qualquer forma são filmes relativamente fiéis ao original. Pecam apenas pela falta de ligação da história.
Passo a explicar: qualquer leitor de Tolkien sabe que para se penetrar no universo de Tolkien devemos usar uma sequência lógica. O Silmarillion é opcional, mas o Hobbit é fundamental. Primeiro porque é um dos melhores livros ingleses, e em segundo lugar porque é neste livro que têm lugar os acontecimentos que precedem a primeira parte da trilogia do anel. Entre o Hobbit e a Irmandade do Anel decorrem cerca de 30 anos.

Quem vê o Senhor do Aneis estranha de alguma forma a falta do Hobbit, mas soube agora que isso tem a ver com uma questão legal. Na altura os direitos de adaptação eram propriedade de outro estúdio que não a New Line, pelo que decidiram fazer primeiro a trilogia do anel.

Agora já chegaram acordo com o outro estúdio, pelo que decidiram avançar com o projecto. Entretanto, como Peter Jackson processou os estúdios por incomprimento de contrato, não será ele a dirigir este filme, mas podemos contar com a maioria dos actores. E, claro está, os mesmos cenários soberbos que fizeram com que muita gente passasse a incluir a Nova Zelândia nos seus destinos de férias.

Como sempre, porém, há já indícios de alterações ao argumento. Como o The Hobbit é um filme mais calmo do que a Trilogia do Anel, para ganhar substância decidiram fazer dois filmes, o primeiro que será o The Hobbit propriamente dito, a estrear em 2010, e um segundo filme, cuja acção se situa entre o Hobbit e a Irmandade do Anel.

E é neste segundo filme que residem as minhas dúvidas, dado que tenho a certeza que o primeiro será um sucesso. Espero que não cometam com o segundo filme o mesmo suícidio artístico que foi cometido por George Lucas quando decidiu fazer os mal-fadados Episódios I, II e III, e que serviram apenas para estragar a imagem dos outros três filmes.

209. Novas formas de governar

Este governo tem uma forma estranha de governar.

Quer reduzir o número de pensionistas dando cabo do Sistema Nacional de Saúde(1).

Quer reduzir os encargos com o IAJ (Incentivo Arrendamento Jovem), cria o Porta 65, dotado de um conjunto de pré-requisitos que quase ninguém consegue cumprir.

Quer reduzir as despesas com o ensino superior, dá cabo do Sistema Educativo. Depois corta o orçamento às Universidades e faz com que ninguém queira trabalhar lá.

Quer reduzir as despesas com as prisões, altera o código penal de forma a impedir que os criminosos sejam condenados.

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(1)
Já começou a ter sucesso, com o falecimento recente de uma idosa no Hospital de Aveiro, ao fim de quatro horas na urgência sem ser vista por um médico e depois de lhe ter sido atribuída na triagem uma "cor amarela". Esta cor amarela indicava que devia estar no máximo uma hora sem ser vista.

208. Adeus Dakar

Pela primeira vez em 30 anos foi cancelada a prova do rali de Dakar. Problemas graves na Mauritânia levaram a França a aconselhar o cancelamento desta etapa. A organização decidiu então cancelar toda a prova, já depois do governo da Mauritânia ter assegurado a segurança.

Meus senhores, em 30 anos de prova, nunca houve garantias de segurança a 100% naquela parte do globo. Mas era a única forma de dar alguma visibilidade a um povo fantástico e que tinham orgulho nesta prova. Além disso, todos os condutores sabem que existem riscos, mas não podemos nunca dizer que estamos em segurança - eu posso mesmo cair na banheira ao tomar banho e bater a cabeça. Não preciso de fazer milhares de quilómetros.

Assim capitulamos com os terroristas, deixamo-los vencer e aprofundamos ainda mais o fosso entre o Ocidente e o Norte de África.

PS - Dá-me agora um certo gozo ver aquela publicidade onde o Carlos Sousa e o seu co-piloto correm pelas dunas e pelas povoações. Realmente não precisavam do carro...

207. Novas modas(2)

Estão de parabéns os portugueses pelo cumprimento das novas normas anti-tabágicas. Não me lembro de ver alguém a transgredir.

O Nuno Markl parodiava no programa da manhã da Antena 3 sobre a situação de alguém que acendia um cigarro num bar pouco tempo antes da meia-noite do dia 31 de Janeiro, sendo portanto obrigado a apagar o cigarro logo a seguir à meia-noite.

A piada tornou-se verídica quando o próprio presidente da ASAE foi apanhado a fumar pelos jornalistas presentes no Casino, já passava muito da meia-noite. Era interessante que nessa altura alguém chamasse a própria ASAE para o forçar a apagar o cigarro...

206. Primeiro filme do ano

Tenho a vergonha de dizer que descobri recentemente o filme "Happy Feet".

A vergonha não reside tanto no facto de ser um filme de animação (afinal, nunca vou ter vergonha de dizer que continuo fanático por bons filmes de animação), mas sim no facto de só agora ter visto este filme, que considero, pura e simplesmente, soberbo.

Mais do que um filme, fica a mensagem, ou melhor as muitas mensagens, fica a banda sonora, fica a beleza dos cenários e da animação. Fica a inteligência, rara nos dias que correm, de não tentar misturar os dois mundos, animal e humano - isto fica patente no facto dos humanos serem filmados por pessoas reais, separadas por um vidro ou pela distância.

Os artistas perceberam que, para não estragar o filme com patéticas representações digitais de humanos, condenadas desde o início ao fracasso, mais valia usar imagens reais, e o resultado é assombroso.

Vale a pena pensar que daqui a pouco tempo vamos ter modelos foto-realistas de uma pessoa, o que de certeza vai mandar muitos actores para o desemprego (podem começar pelo Mr. Stallone, please...)

205. Novas modas

Com esta proibição de fumar em espaços públicos e locais de trabalho, os portugueses começam já a implementar novos hábitos.

Se não se pode fumar dentro das instalações, fuma-se lá fora. E lá estão eles, a fazer uma roda, cada um agarrado ao seu tubinho de papel a arder. Isto até o administrador da empresa decidir que dá cabo da imagem da empresa ver um monte de gatos pingados cá fora a poluir.

Nos cafés, além do grupo de fumadores que se reunem à porta, começa uma nova moda: os fumadores não se conseguem libertar assim tão facilmente do vício de fumar enquanto tomam o café, pelo que chegam a levar a chicara de café para o exterior, devolvendo-a depois do cigarrito acabado.

Tudo isto faz lembrar o livro "Inforescravos", de Douglas Coupland, onde os funcionários da Microsoft distinguiam facilmente os Europeus porque eram os únicos que se reuniam no exterior para fumar, mesmo debaixo da chuva.

Embora goste da medida de não se fumar nos restaurantes e locais de trabalho, tenho um certo receio que tanta proibição faça aumentar ainda mais a incidência de fumadores nas camadas mais jovens, apelando ao sentido do "fruto proibido". Além disso, muitos fumadores vão ter tendência a fumar mais (porque onde antes fumavam um cigarro agora fumam dois, para dar para o trabalho de andar a subir e descer escadas).

204. TAS bêbabo!!

Desculpem, mas não podia deixar passar esta. Depois de apresentar o reveillon no canal 1, o Gato Fedorento José Diogo Quintela, que antes tinha parodiado o soprar ao balão, foi mandado parar por uma brigada, acusando uma TAS (taxa de álcool no sangue) de 1,6 g/l ( 3 vezes superior à permitida).

O agente só se apercebeu quem era a figura quando este ameaçou os paparazzi.

Azar nítido.

Deu de caras com o único polícia que não percebia as piadas do "Isto é uma espécie de magazine"...