domingo, outubro 28, 2007

106. Puto Mongol

Ouvi na quinta-feira na rádio uma crónica sobre a Mongólia. Passados os tempos do Comunismo, os pastores nómadas voltam às estepes, fugindo da miséria da cidade.

Perguntam a um puto de 11 anos, pastor nómada que frequenta a escola (tornada obrigatória pelos comunistas), se queria ser pastor como os pais, ou ir para a cidade, ao que ele responde, com a maior das simplicidades (ou pelo menos o que deu a entender, o meu Mongol está um bocado enferrujado): "Serei o que os meus pais quererem que eu seja, porque foram eles que me puseram no mundo".

E penso nisto enquanto discuto com a minha filha por esta só querer roupa de marca.

(Outro pastor, pai de duas filhas, apresentava uma curiosa dualidade. Ele tinha andado na escola mas depois tornou-se pastor, para ser fiél à tradição. Mas para as filhas preferia que prosseguissem os estudos para depois irem para a Cidade. Como nós dizemos, ou à moralidade ou "comem" todos.)