quinta-feira, maio 01, 2008

304. Dexter-mania

Vi na quarta-feira passada o último episódio da série Dexter, e juro que me senti dividido. Se por um lado reconheço a qualidade narrativa muito acima do normal, bem como toda a carga emocional, por outro lado reconheço também que aquilo é uma afronta para o sistema de valores que levei 36 anos a construir, no qual inseri as tendências psicopatas como algo de negativo.

Agora vem uma série dizer-nos que existem os psicopatas "bons", que se encarregam de livrar a sociedade dos seus males, e os psicopatas "maus", que exercem indiscriminadamente as suas tendências homicidas. Na luta entre o bem e o mal, ganha o bem, conforme é hábito na televisão. No fim somos brindados com a cena mais macabra dos últimos tempos: Dexter, o psicopata "bom", sonha com a sua aclamação popular como "salvador", onde uma multidão bate palmas enquanto cai em cima dele uma chuva de papeis tri-colores.

Há qualquer coisa de sinistro nisto tudo. Para começar, o facto da 2 ter passado esta série às 22:40. Deveria ter dado muito mais tarde.

Tudo bem que apareça a bolinha vermelha no canto, mas alguém liga àquela porcaria? Ou então mudem-lhe a cor, porque no meio de tanto sangue passa despercebida...