domingo, novembro 04, 2007

127. Mais algumas anedotas de Salazar

Aqui ficam mais algumas pérolas sobre o "maior Português de todos os tempos"...

História do Perú

Salazar convidou pessoas amigas para almoçar com ele. Um almoço menos do que frugal, insuficiente.

Os convidados olhavam por baixo uns para os outros. Quê? O almoço seria só aquilo?

Então Salazar diz à criada: - Traga o peru.

Animam-se os convidados. A criada retira-se e volta com um peru vivo, debaixo do braço.

Coloca-o sobre a mesa e a ave, faminta, desata a picar as migalhas.

Bacalhau

- Já conheces a última maneira de cozinhar bacalhau?
- Qual?
- Bacalhau à Salazar.
- Como é?
- Só batatas. . .

5000 Camisas

Quando Rolão Preto, chefe dos nacionais-sindicalistas declarou, num banquete realizado em Fevereiro de 1933, que a uma ordem sua podia fazer desfilar em Lisboa 5 000 «camisas azui», Salazar admirou-se:

—Quê?! Então apesar das minhas medidas de salvação nacional ainda há em Portugal 5 000 pessoas com camisa?

Monstruosidades

O monstro de Loch Ness,
De que toda a gente zomba,
Não me aquece nem arrefece.
Seria ideia de arromba
Se o mesmo dizer pudesse
Do monstro de Santa Comba.


Tábuas de S.Vicente

Comparado hoje às figuras
Das tábuas de S. Vicente
Passa o nosso Salazar
Um Natal todo contente.

Mas se isto dá uma volta
Por obra de Belzebú
Pegam nas tábuas e dão-lhe
Com elas todas no cu.

Cunha

Um amigo de infância do Presidente do Conselho, que tinha ido muito novo para África e por lá fizera a sua vida, juntando uma grande casa, vem à Metrópole e visita-o. Visita-o para matar saudades, mas aproveita para lhe pedir um conselho. É que acabava de formar um filho em Ciências Económicas e Financeiras e queria iniciá-lo no trabalho, aqui na Metrópole, antes de ir para África entrar na gestão dos negócios paternos.

- Talvez tu mesmo pudesses ajudar-me. Um lugarzito em que ele entrasse na prática...

Salazar sorriu:

- Nem de propósito! Esteve aqui há pouco o ministro da Economia e falou-me da necessidade de um economista para um conselho técnico. Sempre é um ordenado de seis contos...

- Seis contos?! Deus nos livre! Com um ordenado desses logo de entrada, o rapaz perdia a noção das proporções. Desmoralizava-se. Eu quero-o lá é para trabalhar.

- Então talvez um lugar de chefe de contabilidade num grémio. São quatro contos e quinhentos...

- É muito. É muito ainda... Salazar indicou a seguir mais dois ou três lugares equivalentes e o amigo ia recusando sempre. Até que se resolveu a adiantar:

- Compreendes, eu não quero que ele comece por mandar, mas por obedecer. Para saber como é. Para aprender, para se desemburrar. Sem grandes facilidades. Uma coisa aí para um conto e duzentos, um conto e quinhentos... Terceiro ou segundo oficial, por exemplo...

Salazar teve um gesto de desalento:

- Ah, isso é impossível! Só por concurso!...

Tartaruga

Um dia, alguém pensou em oferecer a Salazar, como presente, uma tartaruga.
- Uma tartaruga? Que ideia! Onde ia eu meter um bicho desses?
- É muito simples. Basta um tanquezito com água. Não dá trabalho nenhum, não incomoda, não faz barulho e pode viver até aos duzentos anos...
- Ah, não! Não quero. Nós afeiçoamo-nos aos animais, depois eles morrem e lá ficamos com pena de os perder...


Agora a sério

Passaram 33 anos e actualidade de algumas destas anedotas é, tristemente, um facto. Como se o seu fantasma nos perseguisse, na forma de um ex-aluno da UNI.