Está a dar um conjunto de filmes com a fabulosa Sharon Stone, dotada de um dos mais bonitos corpos jamais vistos e da cara mais sensual dos últimos tempos. Além disso, dizem as más línguas que é bastante inteligente, o que nota bastante no "descruzar" de pernas mais sensual da história da sétima arte.
Nunca vou esquecer esta cena do filme Atracção Fatal, porque está ligada aos meus tempos da Universidade, e do espírito de camaradagem que se vivia então. Tinhamos uma espécie de tertúlia cinematográfica, assistiamos em grupo aos filmes, discutiamos as cenas mais interessantes, bem como aquelas falhas ou inconsistências que só os mais atentos descobriam. Eu, por outro lado, não ligava a isso hipnotizado pela história ou pela acção - pouco importava se se viam os cabos nas cenas de acção, ou se o actor aparecia com outra roupa na cena seguinte.
A ida ao cinema mais interessante foi para ver o filme Atracção Fatal, porque se juntaram no átrio dois grupos, que decidiram comprar os bilhetes ao mesmo tempo. Ao todo eramos 16, pelo que ficamos todos na primeira fila, mesmo junto à tela. Com visão perfeita sobre todos os poros da pele da actriz...
E só posso dizer que realmente, a Sharon é muuuuuito interessante. ... :)
domingo, outubro 07, 2007
82. Feeling SIC...
Senti-me doente, completamente enjoado ontem à tarde. Ainda pensei em ir às urgências mas não, eram simplesmente os efeitos secundários de ver algumas cenas no desfile do aniversário da SIC.
Os meus parabéns a quem teve a ideia de celebrar esta ocasião com um desfile de circo televisivo à boa maneira Americana, deram-me mais um motivo para desligar a televisão...
Os meus parabéns a quem teve a ideia de celebrar esta ocasião com um desfile de circo televisivo à boa maneira Americana, deram-me mais um motivo para desligar a televisão...
81. Braga, Harry Potter e os Simpsons
Existe na wikipedia um aviso a indicar que as secções de "trivia" são desaconselhadas. Estas secções em Português têm o nome de curiosidade, e ao passar pela página portuguesa sobre Braga tive um exemplo claro disso.
Além do resumo histórico e sócio-cultural, somos brindados por um conjunto de curiosidades que me aguçaram o apetite.
O primeiro tinha a ver com o facto de que existia nos livros da saga Harry Potter uma equipa de Quidditch chamada "Braga Broomwitchs", ou seja, as Vassouras das Bruxas de Braga. Isto pareceu-me estranho, porque, tendo lido os seis primeiros livros nunca encontrei menção nenhuma a este facto, pelo que pensei que fosse uma valente tanga.
Mas afinal sempre existia uma referência a esta equipa no livro "Quidditch através dos tempos", lançado pela mesma autora. Ao que parece a equipa Portuguesa de Quidditch tem realmente este nome, como que a gozar com o facto de ser a cidade com mais padres por cm2. Já que a autora passou alguns anos no Porto, tendo inclusivamente sido nesta cidade que deu à luz a sua filha, teria tido mais lógica chamar a equipa de "Porto Broomwitchs", mas conhecendo a sua biografia como conheço, não deve guardar grandes recordações desta cidade. Portanto, um ponto a favor de Braga...
A outra curiosidade tinha a ver com os Simpsons. Dizia o artigo que no vídeo promocional do episódio 20 da 18ª série apareciam coordenadas geográficas da lendária Springfield, que coincidiam com as coordenadas geográficas de Braga. Já vi este episódio de trás para a frente e não vejo coordenadas em lado nenhum, pelo que aqui sim, estamos perante uma VT.
"Valente Tanga".
Além do resumo histórico e sócio-cultural, somos brindados por um conjunto de curiosidades que me aguçaram o apetite.
O primeiro tinha a ver com o facto de que existia nos livros da saga Harry Potter uma equipa de Quidditch chamada "Braga Broomwitchs", ou seja, as Vassouras das Bruxas de Braga. Isto pareceu-me estranho, porque, tendo lido os seis primeiros livros nunca encontrei menção nenhuma a este facto, pelo que pensei que fosse uma valente tanga.
Mas afinal sempre existia uma referência a esta equipa no livro "Quidditch através dos tempos", lançado pela mesma autora. Ao que parece a equipa Portuguesa de Quidditch tem realmente este nome, como que a gozar com o facto de ser a cidade com mais padres por cm2. Já que a autora passou alguns anos no Porto, tendo inclusivamente sido nesta cidade que deu à luz a sua filha, teria tido mais lógica chamar a equipa de "Porto Broomwitchs", mas conhecendo a sua biografia como conheço, não deve guardar grandes recordações desta cidade. Portanto, um ponto a favor de Braga...
A outra curiosidade tinha a ver com os Simpsons. Dizia o artigo que no vídeo promocional do episódio 20 da 18ª série apareciam coordenadas geográficas da lendária Springfield, que coincidiam com as coordenadas geográficas de Braga. Já vi este episódio de trás para a frente e não vejo coordenadas em lado nenhum, pelo que aqui sim, estamos perante uma VT.
"Valente Tanga".
sábado, outubro 06, 2007
80. Fados
Alguma razão para ser um espanhol a divulgar um filme sobre o fado? Porque é que não somos nós a acreditar na nossa arte, nos nossos valores?
Não é uma questão nacionalista, mais um desabafo - de certeza que vou ver o filme e aplaudirei o sr. Carlos se gostar do resultado final.
Afinal, um dos filmes favoritos sobre música é o Buena Vista Social Club, realizado por Wim Wenders. E se este filme servir para levar a nossa música mais além, fantástico.
O sr. Wim Wenders também já trouxe muita gente a Portugal com o seu filme "Lisbon Story", que girava à volta dos Madredeus.
Não é uma questão nacionalista, mais um desabafo - de certeza que vou ver o filme e aplaudirei o sr. Carlos se gostar do resultado final.
Afinal, um dos filmes favoritos sobre música é o Buena Vista Social Club, realizado por Wim Wenders. E se este filme servir para levar a nossa música mais além, fantástico.
O sr. Wim Wenders também já trouxe muita gente a Portugal com o seu filme "Lisbon Story", que girava à volta dos Madredeus.
79. Camacho
Camacho veio a público dizer que não tinha com quem jantar. Estou a imaginar a comunidade gay benfiquista aos pulos no estádio a gritar "anda cá..macho"...
O futebol é realmente um mundo muito complicado...
O futebol é realmente um mundo muito complicado...
78. SMS (parte 3) ...
... ou o regresso do puto maravilha.
Recebi um novo sms do mesmo puto que me mandou o sms para o meu telefone. Dizia algo que me deixou completamente intrigado:
claro
Estará doente? A desperdiçar vogais desta maneira? Não seria antes "clr"?
Fiquei preocupado. Estive quase para lhe mandar um sms, mas não sei comunicar desta forma. Os ingleses chamam-lhe "generation gap"...
Recebi um novo sms do mesmo puto que me mandou o sms para o meu telefone. Dizia algo que me deixou completamente intrigado:
claro
Estará doente? A desperdiçar vogais desta maneira? Não seria antes "clr"?
Fiquei preocupado. Estive quase para lhe mandar um sms, mas não sei comunicar desta forma. Os ingleses chamam-lhe "generation gap"...
77. O mundo (também) está doido
Uma cliente da Apple decidiu pedir uma indemnização à Apple por esta ter descido o preço do modelo do iPhone que tinha adquirido. De facto a empresa Americana decidiu descer o preço do aparelho em 200 dólares, 68 dias depois da cliente ter adquirido, pedindo esta 1 milhão de dólares.
Deve ser interessante ser advogado nos Estados Unidos. Entro numa loja, tropeço nas pernas do meu filho e parto uma perna. Depois peço uma indemnização de muitos milhares ao dono da loja e ganho (isto aconteceu na realidade).
Há alguns anos mandaram-me um mail com processos estúpidos como este da Apple. A fulana pediu 1 milhão de dólares por uma alteração de política comercial da qual muitos outros consumidores beneficiaram, mas aquela senhora quer uma compensação de 1 milhão de dólares pelos danos morais de ver outro cliente a comprar o mesmo equipamento por menos 200 dólares. Foram 68 dias, portanto 14 705 dólares por dia. Mais do que ganha o Sr. Figo e companhia.
No tal mail, o caso que ganhou o consurso dos casos mais estúpidos, estava o dono de um carro que ligou o cruise control e foi para o banco de trás do veículo. Como é óbvio, na primeira curva o carro despistou-se e o cliente decidiu processar a empresa por não ter indicado no manual que era obrigatório ter as mãos no volante.
Ou seja, o mundo está doido...
Deve ser interessante ser advogado nos Estados Unidos. Entro numa loja, tropeço nas pernas do meu filho e parto uma perna. Depois peço uma indemnização de muitos milhares ao dono da loja e ganho (isto aconteceu na realidade).
Há alguns anos mandaram-me um mail com processos estúpidos como este da Apple. A fulana pediu 1 milhão de dólares por uma alteração de política comercial da qual muitos outros consumidores beneficiaram, mas aquela senhora quer uma compensação de 1 milhão de dólares pelos danos morais de ver outro cliente a comprar o mesmo equipamento por menos 200 dólares. Foram 68 dias, portanto 14 705 dólares por dia. Mais do que ganha o Sr. Figo e companhia.
No tal mail, o caso que ganhou o consurso dos casos mais estúpidos, estava o dono de um carro que ligou o cruise control e foi para o banco de trás do veículo. Como é óbvio, na primeira curva o carro despistou-se e o cliente decidiu processar a empresa por não ter indicado no manual que era obrigatório ter as mãos no volante.
Ou seja, o mundo está doido...
terça-feira, outubro 02, 2007
76. O País está doido
Fantástico Pedro Santana Lopes, como que a redimir-se do passado, mostrou provas de uma íntegra sem par ao sair de uma entrevista na SIC Noticias depois de ser interrompido para um directo sobre a chegada de outro ilustre, José Mourinho.
De facto, o país está doido. Mas não é de agora e já não deve ter cura.
http://www.youtube.com/watch?v=3SFwLNA8Ceo&mode=related&search=
Se tiverem um minuto livre, leiam os comentários que o povinho internauta andou a semear no You Tube sobre este assunto.
E já agora, malta, importam-se de não meter tantos vídeos iguais, só para mostrar que sabem usar o botão de "upload"? Normalmente um chega, obrigado...
De facto, o país está doido. Mas não é de agora e já não deve ter cura.
http://www.youtube.com/watch?v=3SFwLNA8Ceo&mode=related&search=
Se tiverem um minuto livre, leiam os comentários que o povinho internauta andou a semear no You Tube sobre este assunto.
E já agora, malta, importam-se de não meter tantos vídeos iguais, só para mostrar que sabem usar o botão de "upload"? Normalmente um chega, obrigado...
segunda-feira, outubro 01, 2007
75. Milagre de Fátima
Ocorreu na semana passada um novo "milagre de Fátima". Na Taça da Liga, o Fátima derrotou o poderoso FCP. Finalmente um milagre no qual posso acreditar, e que vale a pena uma peregrinação, a pé ou de joelhos.
Porque dos outros milagres guardo uma atitude mais crítica. Respeito a fé das pessoas, porque nos tempos que correm temos de nos agarrar a qualquer coisa, mas não subscrevo a atitude geral. Muito menos depois de ter lido um dos livros da Irmã Lúcia - um autêntico panfleto anti-comunista, estranhamente concordante com a linha de pensamento do antigo regime.
Porque dos outros milagres guardo uma atitude mais crítica. Respeito a fé das pessoas, porque nos tempos que correm temos de nos agarrar a qualquer coisa, mas não subscrevo a atitude geral. Muito menos depois de ter lido um dos livros da Irmã Lúcia - um autêntico panfleto anti-comunista, estranhamente concordante com a linha de pensamento do antigo regime.
domingo, setembro 30, 2007
74. Fica bem, Benfica, fica bem...
Notícia bombástica de hoje, ainda mais bombástica do que ver os carros a boiar em Lisboa. O Benfica vai dar dinheiro aos Benfiquistas através do novo cartão de crédito - 10 Euros por cada golo marcado. Isto é uma opção corajosa, porque podiam ter escolhido dar dinheiro por cada vitória, o que era mais simples - dada a prestação na liga, era garantido que só precisavam creditar dinheiro de 3 em 3 semanas...
73. SMS (Parte 2)
Algum puto enviou uma mensagem para o meu telemóvel, que não resisto a pôr aqui:
Ola kapact td bem kntg?Ja andx n excol?Mek
O que acho fantastico é saber utilizar a pontuação e a Maiuscula no ínicio das frases. O mundo ainda nao está perdido (mas anda lá perto)....
Ola kapact td bem kntg?Ja andx n excol?Mek
O que acho fantastico é saber utilizar a pontuação e a Maiuscula no ínicio das frases. O mundo ainda nao está perdido (mas anda lá perto)....
quarta-feira, setembro 26, 2007
72. Petro-doláres
Andava eu desatinado à procura de um tema para blogar antes de ir para a cama quando encontro esta pérola que não resisto a partilhar: "Presidente da Galp afirma que os preços dos combustíveis são mais baratos no nosso país do que em Espanha". Tive de ler isto várias vezes para ver se no fim não vinha assinado pelo Ricardo Araújo Pereira dos Gato Fedorento. Mas não, era a sério. Na Galp pagamos menos pelos combustíveis do que em Espanha. Isto se fizermos a comparação dos preços como deve ser "líquidos de impostos e aplicando descontos".
Fiquei sem palavras. Snif... E ganha o Sr. Presidente o que ganha para vir a público dizer estas baboseiras. Contratem-me a mim, senhores do Conselho de Administração da GALP, que levo de certeza menos e com mais imaginação nas baboseiras.
Faz-me lembrar o Director Geral de um organismo para o qual trabalhei, e que foi dizer para a televisão que os fumos que saiam das chaminés das incineradoras dos resíduos hospitalares eram brancos "Brancos mais brancos não há!", afirmou ele, imitando um reclame de um detergente muito em voga na altura. Tenho que verificar se não estaremos a falar da mesma pessoa...
Fiquei sem palavras. Snif... E ganha o Sr. Presidente o que ganha para vir a público dizer estas baboseiras. Contratem-me a mim, senhores do Conselho de Administração da GALP, que levo de certeza menos e com mais imaginação nas baboseiras.
Faz-me lembrar o Director Geral de um organismo para o qual trabalhei, e que foi dizer para a televisão que os fumos que saiam das chaminés das incineradoras dos resíduos hospitalares eram brancos "Brancos mais brancos não há!", afirmou ele, imitando um reclame de um detergente muito em voga na altura. Tenho que verificar se não estaremos a falar da mesma pessoa...
terça-feira, setembro 25, 2007
71. Exorcismo dos fantasmas do Liceu
Há que exorcizar fantasmas antigos, a começar pelo Liceu. Ou melhor, pelo agora chamado 3º ciclo do ensino básico, que vai desde o 7º ano ao 9º ano.
Pelo que lá passei, creio que só existem três tipos de alunos.
Os primeiros são os chamados arruaceiros. Tipos de vivem o Liceu apenas para provocarem os outros e testarem os seus limites (como a força dos seus punhos e a resistência dos seus narizes).
Na maior parte das vezes terminam delinquentes.
Os segundos são aqueles que têm algum estilo e que não se metem com os outros. A vantagem destes é que os ditos Arruaceiros não se metem com eles. Na maior parte das vezes transformam-se em funcionários públicos.
Os terceiros são aqueles que não ligam nenhuma ao estilo, nem têm vontade nenhuma de se meterem em confusões. Invariavelmente são chamados totós. Na maior parte das vezes são gente talentosa, podre de rica (eu sou a honrosa excepção - infelizmente).
Enquadrando-me no terceiro grupo, nunca consegui compreender os tipos do primeiro grupo. Não entendia o fascínio que tinham em provocar os professores. Lembro-me que um dia colocámos uma minhoca na fechadura da sala. Não contentes com a façanha, alguém achou por bém pegar-lhe fogo com um isqueiro.
Outra vez pegaram em gafanhotos e deitaram-nos na sala de aula (esta teve alguma piada).
Os recreios tornavam-se invariavelmente um tormento. Pegavam por exemplo, no facto de eu não dizer palavrões. Era um ponto de honra e mantive-o, mesmo quando eles me metiam abelhas pela t-shirt dentro. Hoje em dia digo palavrões com fartura, e gosto dessa liberdade que aprendi na Universidade (isso e a cerveja).
E se isso era assim nesse tempo, onde ainda havia algum respeito pelos professores, imagino agora, quando o professor tem a autoridade de um boneco de trapos.
Tenho portanto um dilema. A minha filha está a terminar o 4º ano do chamado Ensino Básico e vejo a situação da educação no nosso país crítica.
Primeiro temos as estruturas do ensino. Cada vez mais se fecham escolas que obrigam a concentrar os alunos em escolas mais afastadas. Não vejo é como isto pode melhorar a situação dos professores no desemprego nem a desertificação das zonas interiores. Só espero é que alguém tenha pensado bem nos problema de transportes.
Em segundo lugar temos um professor com pouca formação para lidar com os jovens acelerados de hoje e fazer notar a sua autoridade. Os professores têm vínculos precários, sentem-se desprotegidos. Tudo isto gera stress que só piora a situação.
Em terceiro lugar temos os programas extremamente extensos. Ainda agora vi o livro da minha filha que tinha conteúdos ao nível da Saúde que se dava no 9º ano. Para quê?
É preferível haver programas menos extensos - quem quer ter conhecimentos específicos numa determinada área tem os cursos profissionais ou a Universidade. Não há necessidade nenhuma, a meu ver, de carregar os jovens desta forma.
A vantagem de haver programas menos extensos era o facto de se poder dar melhor áreas chave.
Existem dois grandes problemas na escola. Dois problemas crónicos - a Matemática e o Português.
A Matemática é um conhecimento contínuo, uma aventura, não um conjunto de fórmulas que se mete numa cábula. Um dia dei explicações a uma vizinha. Aliás, dei UMA explicação a uma vizinha sobre um determinado assunto da matemática. Mas aquilo que lhe disse foi como estruturar o seu pensamento para chegar à solução. Ainda hoje ela disse que aquilo que tinha dito tinha sido importante na forma como via a Matemática.
O Português é outro quebra-cabeças. Não adianta tentar ensinar os Lusíadas ou os Maias a quem não consegue escrever duas linhas. Não ajuda os crânios do Ministério quererem mudar tudo de um momento para o outro com a tristemente célebre TLEBS (Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário). O problema não é esse. É como ensinar Cálculo Diferencial a crianças de 10 anos.
E depois, quem não se dá bem com o Ensino, opta invariavelmente pelo ensino Profissional. Onde vão parar alunos que, sabendo que podem sempre optar por essa via, não se esforçam para conseguir as mínimas bases. Os professores do Ensino Profissional, apanham com dois tipos de alunos diferentes: aqueles que deixaram o liceu e que sem bases nenhumas optam pela via mais fácil, e os que querem começar a trabalhar rapidamente, e que querem, genuinamente, aprender.
Porque é a chave de todo o processo - os nossos filhos estão ali para aprender. Não são o tubo de ensaio de meia duzia que definem as linhas mestras da educação. Não merecem ter confusões todos os anos com os concursos, não merecem ter professores desmotivados. Não merecem passar de ano sem estar bem preparados.
E nós, enquanto pais, não merecemos tanta incerteza no futuro dos nossos filhos.
Pelo que lá passei, creio que só existem três tipos de alunos.
Os primeiros são os chamados arruaceiros. Tipos de vivem o Liceu apenas para provocarem os outros e testarem os seus limites (como a força dos seus punhos e a resistência dos seus narizes).
Na maior parte das vezes terminam delinquentes.
Os segundos são aqueles que têm algum estilo e que não se metem com os outros. A vantagem destes é que os ditos Arruaceiros não se metem com eles. Na maior parte das vezes transformam-se em funcionários públicos.
Os terceiros são aqueles que não ligam nenhuma ao estilo, nem têm vontade nenhuma de se meterem em confusões. Invariavelmente são chamados totós. Na maior parte das vezes são gente talentosa, podre de rica (eu sou a honrosa excepção - infelizmente).
Enquadrando-me no terceiro grupo, nunca consegui compreender os tipos do primeiro grupo. Não entendia o fascínio que tinham em provocar os professores. Lembro-me que um dia colocámos uma minhoca na fechadura da sala. Não contentes com a façanha, alguém achou por bém pegar-lhe fogo com um isqueiro.
Outra vez pegaram em gafanhotos e deitaram-nos na sala de aula (esta teve alguma piada).
Os recreios tornavam-se invariavelmente um tormento. Pegavam por exemplo, no facto de eu não dizer palavrões. Era um ponto de honra e mantive-o, mesmo quando eles me metiam abelhas pela t-shirt dentro. Hoje em dia digo palavrões com fartura, e gosto dessa liberdade que aprendi na Universidade (isso e a cerveja).
E se isso era assim nesse tempo, onde ainda havia algum respeito pelos professores, imagino agora, quando o professor tem a autoridade de um boneco de trapos.
Tenho portanto um dilema. A minha filha está a terminar o 4º ano do chamado Ensino Básico e vejo a situação da educação no nosso país crítica.
Primeiro temos as estruturas do ensino. Cada vez mais se fecham escolas que obrigam a concentrar os alunos em escolas mais afastadas. Não vejo é como isto pode melhorar a situação dos professores no desemprego nem a desertificação das zonas interiores. Só espero é que alguém tenha pensado bem nos problema de transportes.
Em segundo lugar temos um professor com pouca formação para lidar com os jovens acelerados de hoje e fazer notar a sua autoridade. Os professores têm vínculos precários, sentem-se desprotegidos. Tudo isto gera stress que só piora a situação.
Em terceiro lugar temos os programas extremamente extensos. Ainda agora vi o livro da minha filha que tinha conteúdos ao nível da Saúde que se dava no 9º ano. Para quê?
É preferível haver programas menos extensos - quem quer ter conhecimentos específicos numa determinada área tem os cursos profissionais ou a Universidade. Não há necessidade nenhuma, a meu ver, de carregar os jovens desta forma.
A vantagem de haver programas menos extensos era o facto de se poder dar melhor áreas chave.
Existem dois grandes problemas na escola. Dois problemas crónicos - a Matemática e o Português.
A Matemática é um conhecimento contínuo, uma aventura, não um conjunto de fórmulas que se mete numa cábula. Um dia dei explicações a uma vizinha. Aliás, dei UMA explicação a uma vizinha sobre um determinado assunto da matemática. Mas aquilo que lhe disse foi como estruturar o seu pensamento para chegar à solução. Ainda hoje ela disse que aquilo que tinha dito tinha sido importante na forma como via a Matemática.
O Português é outro quebra-cabeças. Não adianta tentar ensinar os Lusíadas ou os Maias a quem não consegue escrever duas linhas. Não ajuda os crânios do Ministério quererem mudar tudo de um momento para o outro com a tristemente célebre TLEBS (Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário). O problema não é esse. É como ensinar Cálculo Diferencial a crianças de 10 anos.
E depois, quem não se dá bem com o Ensino, opta invariavelmente pelo ensino Profissional. Onde vão parar alunos que, sabendo que podem sempre optar por essa via, não se esforçam para conseguir as mínimas bases. Os professores do Ensino Profissional, apanham com dois tipos de alunos diferentes: aqueles que deixaram o liceu e que sem bases nenhumas optam pela via mais fácil, e os que querem começar a trabalhar rapidamente, e que querem, genuinamente, aprender.
Porque é a chave de todo o processo - os nossos filhos estão ali para aprender. Não são o tubo de ensaio de meia duzia que definem as linhas mestras da educação. Não merecem ter confusões todos os anos com os concursos, não merecem ter professores desmotivados. Não merecem passar de ano sem estar bem preparados.
E nós, enquanto pais, não merecemos tanta incerteza no futuro dos nossos filhos.
70. Não há (dois) sem três
E depois do Filipe e da Ana, o primeiro produto completamente luso, enquanto que a mãe da Ana é Inglesa, temos a Mia Rose, outro fenómeno do You Tube. Linda de morrer, tem pai inglês e mãe Portuguesa. É modelo e tem uma voz fabulosa.
O problema é que enquanto no caso do Filipe tudo é genuíno, as nossas duas amigas do You Tube estão rodeadas de alguns mistérios.
O primeiro é, se as duas têm pelo menos o pai ou a mãe de nacionalidade Inglesa, porque têm nomes completamente portugueses as duas? Se só cantam em Inglês, se dizem estar em Inglaterra, se dizem ter progenitores com as duas nacionalidades, porque é que só têm nomes portugueses?
Depois existe um facto relatado num blog brasileiro. Pelo que eles afirmam, alguém no You Tube está a vigarizar as votações e as contagens de visualizações dos videos. Mas isto pode ser apenas a chamada dor de cotovelo, porque as duas míudas estão a ter um sucesso fantástico.
É só procurar Mia Rose no YouTube. E chorar por mais...
O problema é que enquanto no caso do Filipe tudo é genuíno, as nossas duas amigas do You Tube estão rodeadas de alguns mistérios.
O primeiro é, se as duas têm pelo menos o pai ou a mãe de nacionalidade Inglesa, porque têm nomes completamente portugueses as duas? Se só cantam em Inglês, se dizem estar em Inglaterra, se dizem ter progenitores com as duas nacionalidades, porque é que só têm nomes portugueses?
Depois existe um facto relatado num blog brasileiro. Pelo que eles afirmam, alguém no You Tube está a vigarizar as votações e as contagens de visualizações dos videos. Mas isto pode ser apenas a chamada dor de cotovelo, porque as duas míudas estão a ter um sucesso fantástico.
É só procurar Mia Rose no YouTube. E chorar por mais...
segunda-feira, setembro 24, 2007
69. Tugas por aí
Já não é de agora. Os tugas só lá fora é que conseguem brilhar, como se este pedacito de terra no canto inferior esquerdo da Europa não fosse suficiente. E é verdade. Não é nem nunca foi suficiente - o que vale é que por vezes um ou outro sai do caminho e persegue o sonho e a ambição.
Dois casos disso: Filipe Morato Gomes e Ana Gomes Ferreira.
Do primeiro já falei neste blog. Deixou o emprego que tinha como programador e lançou-se como viajante independente e correspondente da coluna Fugas para o jornal "O público". Passou catorze meses na estrada, partindo do Porto, atravessando a Ásia, Oceania e América. No fim voltou ao Porto, como se de um verdadeiro porto de abrigo se tratasse e colocou tudo num livro emocionante onde reune fotos e textos sublimes.
Mais do que um simples livro de viagens, onde se retrata o que se viu no caminho, Filipe retrata as almas das gentes - o ambiente simples de uma família da Mongólia, a luta de um homem cujo trabalho é desminar campos com os pés, o suor dos mineiros Bolivianos, a dor dos familiares das vítimas do Tsunami.
Em cada paragem, a procura incessante de um ponto de internet para o envio das suas crónicas e fotografias.
Vinda da Internet, temos Ana Gomes Ferreira, Portuguesa de 19 anos a viver na Inglaterra e cujos vídeos estão entre os mais populares do You Tube. A sua voz e uma viola. Simples e sincero. Vi um video à menos de meia hora e achei importante incluí-la aqui.
São dois viajantes que decidiram sair do ninho e ir mais longe. Afinal, uma fronteira é apenas uma linha no mapa da vida.
Dois casos disso: Filipe Morato Gomes e Ana Gomes Ferreira.
Do primeiro já falei neste blog. Deixou o emprego que tinha como programador e lançou-se como viajante independente e correspondente da coluna Fugas para o jornal "O público". Passou catorze meses na estrada, partindo do Porto, atravessando a Ásia, Oceania e América. No fim voltou ao Porto, como se de um verdadeiro porto de abrigo se tratasse e colocou tudo num livro emocionante onde reune fotos e textos sublimes.
Mais do que um simples livro de viagens, onde se retrata o que se viu no caminho, Filipe retrata as almas das gentes - o ambiente simples de uma família da Mongólia, a luta de um homem cujo trabalho é desminar campos com os pés, o suor dos mineiros Bolivianos, a dor dos familiares das vítimas do Tsunami.
Em cada paragem, a procura incessante de um ponto de internet para o envio das suas crónicas e fotografias.
Vinda da Internet, temos Ana Gomes Ferreira, Portuguesa de 19 anos a viver na Inglaterra e cujos vídeos estão entre os mais populares do You Tube. A sua voz e uma viola. Simples e sincero. Vi um video à menos de meia hora e achei importante incluí-la aqui.
São dois viajantes que decidiram sair do ninho e ir mais longe. Afinal, uma fronteira é apenas uma linha no mapa da vida.
domingo, setembro 23, 2007
68. Adeus, Pedro
Era uma figurinha discreta no meio cómico português. Aparecia regularmente na televisão enquanto que no cinema fez o "dot.com", tendo sempre críticas bastante favoráveis.
Devido a um problema de saúde, Pedro Alpiarça estava desempregado. Um tratamento com base em cortisona agravou-lhe o estado depressivo, tendo-se suicidado na semana passada, atirando-se de um quinto andar do hospital Stª. Marta, em Lisboa.
Quando é que o estado Português acorda para a necessidade de proteger os artistas nacionais, que não fizeram outra coisa do que seguir o seu talento? Bastavam 500 metros do TGV para garantir todos os artistas portugueses por três gerações...
Devido a um problema de saúde, Pedro Alpiarça estava desempregado. Um tratamento com base em cortisona agravou-lhe o estado depressivo, tendo-se suicidado na semana passada, atirando-se de um quinto andar do hospital Stª. Marta, em Lisboa.
Quando é que o estado Português acorda para a necessidade de proteger os artistas nacionais, que não fizeram outra coisa do que seguir o seu talento? Bastavam 500 metros do TGV para garantir todos os artistas portugueses por três gerações...
67. O terceiro mamilo de Silvia Alberto
Perdi ontem algum tempo a ver a Operação Triunfo. Em primeiro lugar chamou-me a atenção a genuinidade e beleza da grande Sílvia Alberto (só percebi muito mais tarde que raio era aquilo que lhe saía do vestido e que parecia um mamilo - um mísero microfone que teimava em sair nos piores momentos).
Mas pronto, foi bom ver tanto talento reunido, desde os músicos aos bailarinos, passando pela apresentadora e pelo júri. Em relação à edição anterior da operação Triunfo, notei um maior respeito pelos jovens talentos - já é dificil estarem alí a abdicar de tanta coisa para serem achincalhados em directo.
Chamou-me a atenção a bracarense Sara, que abdicou do segundo ano de medicina para estar alí e seguir o seu Sonho. Como recompensa o júri mandou-a para casa, sendo posteriormente "repescada" pelo público. Um pormenor - era talvez o único elemento que não tinha os pais no público.
Porque se trata de um sonho. Talento já têm. O vencedor do concurso leva para casa um valor em dinheiro e a gravação de um disco.
E mesmo que ganhem, mesmo que se tornem músicos profissionais, vão ter de viver no meio artístico nacional. Sendo músicos é possível que, fazendo as escolhas correctas, se safem, mas não é um caminho fácil.
Mas pronto, foi bom ver tanto talento reunido, desde os músicos aos bailarinos, passando pela apresentadora e pelo júri. Em relação à edição anterior da operação Triunfo, notei um maior respeito pelos jovens talentos - já é dificil estarem alí a abdicar de tanta coisa para serem achincalhados em directo.
Chamou-me a atenção a bracarense Sara, que abdicou do segundo ano de medicina para estar alí e seguir o seu Sonho. Como recompensa o júri mandou-a para casa, sendo posteriormente "repescada" pelo público. Um pormenor - era talvez o único elemento que não tinha os pais no público.
Porque se trata de um sonho. Talento já têm. O vencedor do concurso leva para casa um valor em dinheiro e a gravação de um disco.
E mesmo que ganhem, mesmo que se tornem músicos profissionais, vão ter de viver no meio artístico nacional. Sendo músicos é possível que, fazendo as escolhas correctas, se safem, mas não é um caminho fácil.
sábado, setembro 22, 2007
66. Futebolito-tuga
Na semana passada, sete equipas portuguesas estiveram presentes nas competições europeias, vindo daí seis derrotas e um empate, pelo que as más línguas indicam como tendo sido uma "semana negra".
Eu, que não sou nem nunca fui um adepto atento, tenho outra opinião. Todos os jogos à excepção do Leiria e do Porto, foram perdidos pela margem mínima, com golos sofridos nos últimos momentos da partida. Nenhuma equipa sofreu aquilo que se denominava de "humilhante derrota", mas deram luta que os adversários não esperavam. Estivemos muito perto de vermos os gigantes europeus a cairem aos pés dos tugas, muito menos habituados a jogar aquele nível por força do Campeonato Português ser declaradamente "pobrezito".
Portanto, fizemos uma boa figura, demos luta aos melhores, não merecemos o epíteto de "semana negra". Afinal, "quase" fizemos um brilharete...
É pena que no futebol só o resultado final conte. Não interessa que os nossos rapazes tenham jogado bem durante 89 minutos. O que interessa, o que fica nas estatísticas, é aquele minuto em que o outro jogador adversário consegue a proeza de encontrar o buraco aberto para a baliza.
Eu, que não sou nem nunca fui um adepto atento, tenho outra opinião. Todos os jogos à excepção do Leiria e do Porto, foram perdidos pela margem mínima, com golos sofridos nos últimos momentos da partida. Nenhuma equipa sofreu aquilo que se denominava de "humilhante derrota", mas deram luta que os adversários não esperavam. Estivemos muito perto de vermos os gigantes europeus a cairem aos pés dos tugas, muito menos habituados a jogar aquele nível por força do Campeonato Português ser declaradamente "pobrezito".
Portanto, fizemos uma boa figura, demos luta aos melhores, não merecemos o epíteto de "semana negra". Afinal, "quase" fizemos um brilharete...
É pena que no futebol só o resultado final conte. Não interessa que os nossos rapazes tenham jogado bem durante 89 minutos. O que interessa, o que fica nas estatísticas, é aquele minuto em que o outro jogador adversário consegue a proeza de encontrar o buraco aberto para a baliza.
65. Poesia higiénica
Li a seguinte frase no champô da minha esposa:
"Descubra o prazer de uma textura cremosa, untuosa e fundente."
Com tanta poesia, não ficarei minimamente surpreendido se vir uma estrofe dos Lusíadas numa embalagem de sabonete...
"Descubra o prazer de uma textura cremosa, untuosa e fundente."
Com tanta poesia, não ficarei minimamente surpreendido se vir uma estrofe dos Lusíadas numa embalagem de sabonete...
terça-feira, setembro 18, 2007
64. A Norte nada de novo
Monção hoje estava cheia de polícia, brigada territorial, brigada de trânsito, etc.. Parecia que estavamos em estado de sítio, num Iraque qualquer. As pessoas, sabendo que a brigada de trânsito estava a multar a torto e a direito, estavam tensas. Fugiam pelos caminhos mais longos para evitar a polícia, Um homem parou o carro perto de um ecoponto para deitar fora garrafas (what else?...) , e não saiu sem antes pôr o colete.
Vive-se um clima de tensão, muita gente sente receio infundado de encontrar a polícia, como se algo muito profundo na nossa sociedade, revelando uma incompatibilidade histórica com a autoridade. Se não devemos não tememos, mas tememos esquecer-nos de algo que um polícia menos compreensivo pode pegar. Vivemos num país de regras, tantas que duvido que haja alguém que as saiba todas, tal como duvido que haja alguém que as cumpra na íntegra - mesmo os próprios legisladores.
Não nos podemos esquecer que a autoridade existe para manter a ordem e fazer cumprir as leis, as mesmas leis que fazem com que a sociedade funcione.
Dizem as más línguas que a estranha afluência policial em Monção se devia ao facto de um dia antes um condutor ter agredido dois agentes numa operação stop. Depois de ter abalroado o carro da patrulha e depois dos GNR terem ido atrás dele. O fulano era de tal forma que foram necessários seis para resolver a questão.
Vive-se um clima de tensão, muita gente sente receio infundado de encontrar a polícia, como se algo muito profundo na nossa sociedade, revelando uma incompatibilidade histórica com a autoridade. Se não devemos não tememos, mas tememos esquecer-nos de algo que um polícia menos compreensivo pode pegar. Vivemos num país de regras, tantas que duvido que haja alguém que as saiba todas, tal como duvido que haja alguém que as cumpra na íntegra - mesmo os próprios legisladores.
Não nos podemos esquecer que a autoridade existe para manter a ordem e fazer cumprir as leis, as mesmas leis que fazem com que a sociedade funcione.
Dizem as más línguas que a estranha afluência policial em Monção se devia ao facto de um dia antes um condutor ter agredido dois agentes numa operação stop. Depois de ter abalroado o carro da patrulha e depois dos GNR terem ido atrás dele. O fulano era de tal forma que foram necessários seis para resolver a questão.
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