terça-feira, dezembro 04, 2007

161. Patos

Mais uma banalidade: Domingo à noite vinha na A27 em direcção a Ponte de Lima. Noite cerrada, o verdadeiro breu. A meio caminho vi luzes na berma, por isso abrandei, com a nítida imagem do nosso falecido amigo da A25 na memória, mas era "apenas" uma ambulância parada na berma, com todas as luzes a piscar.

Hoje em dia vemos cada vez mais ambulâncias paradas na berma, com tendência para piorar à medida que aumenta a distância para as urgências e os hospitais centrais.

Depois de passarmos pela ambulância, curioso mas ciente do facto de provavelmente nunca vir a saber o que se passava na ambulância (ou antes, será que precisamos de saber tudo o que se passa à nossa volta?) , tive um momento à la Monty Pyton.

No meio da noite escura, no meio da A27, no meio do nada, estava um pato vivo, a apenas 100 metros da ambulância.

Fez-me lembrar uma viagem que fiz com os meus pais. De noite, no meio do monte, uma raposa atravessou-se no nosso caminho. O meu pai abrandou, o bicho fitou-nos com o descaramento de quem diz "isto é meu, vão-se embora", e depois pirou-se, que as galinhas não esperam.

Ou aquele outro momento memorável, na via rápida Braga-Póvoa de Lanhoso, ia eu a chegar à Póvoa quando vi um burro (de quatro patas) a descer a trote acelerado.

Ainda por cima o bicho vinha a transgredir, porque estava na faixa da esquerda, mas não devia ser multado, porque como é do domínio público, o sentido de auto-protecção é muito forte entre os da mesma espécie...