terça-feira, janeiro 15, 2008

221. SND

Recomendo vivamente a alteração da sigla SNS, que significa Sistema Nacional de Saúde, para SND, um mais realista Sistema Nacional de Doença.

Com o fecho das urgências e a restruturação dos centros de saúde, ninguém se entende. São mais que muitas as ambulâncias na estrada, as mulheres a dar à luz por onde calha, as idosas que vão para a urgência para falecer sem serem vistas por um médico.

Este fim de semana o Hospital de Faro registou uma afluência superior à normal, tendo o sistema de triagem atribuído a cor amarela (de atendimento num espaço não superior a uma hora e a mesma côr atribuída à idosa que faleceu nas urgências do Hospital de Aveiro) a uma percentagem entre 60-80% dos pacientes. Basta uma conta simples para vermos que tudo isto não possibilita de forma alguma um serviço de qualidade.

Quantas pessoas vão falecer enquanto não houver ambulâncias disponíveis, por estas estarem ocupadas no transporte de doentes com situações mais ligeiras, da mesma forma que as grávidas desatam a desenprenhar nas urgências e nas ambulâncias.

Pouco tempo antes do Natal ouvi uma reportagem sobre as mães que tinham dado à luz nas ambulâncias no distrito de Coimbra (mais propriamente Figueira da Foz). Além dos próprios bombeiros terem de comprar os chamados Kits de Parto, o que deveria ser financiado pelo governo, entre outras muitas coisas que não vale a pena falar aqui, um deles descaiu-se para a verdade, chamando "vítima" à mãe.

É por isso que todos nós (ou pelo menos aqueles sem posses para recorrer à medicina privada) somos vítimas de um Sistema de Saúde Enfermo.