sexta-feira, abril 11, 2008

286. Inocência de puto

Quando tinha 14 anos tirei nas férias um mini-curso de programação. Já antes tinha perdido muito tempo a programar no Spectrum e decidi participar no curso, mais pelo convívio do que outra coisa. O meu pai tinha comprado uma impressora a papel térmico, que imprimia para um rolo de papel parecido com os rolos de papel higiénico. Numa das últimas aulas imprimi um programa que tinha feito, e lá fui eu mostrá-lo ao meu professor, um rolo com mais de 6 metros, exibindo um sorriso de orelha a orelha.

Isto mostra até onde vai a inocência de um puto que já devia estar na altura a pensar nas "babes". Mas não, em vez de seios, aqui o J só pensava em programar (1).

Nunca vou esquecer a cara do professor, a olhar para o rolo de papel, a pensar "Não me vais oferecer isto, pois não? Vai direitinho para a reciclagem."

Perguntou ele, por fim: "Isto funciona?"

A partir de aí, refreei a minha vontade em mostrar aos outros o que quer que seja.
Guardo-o para o momento certo, para a audiência certa.

"Viver e saber viver é, acima de tudo, uma arte maior."


(1) E também pensava em seios, mas como eram muito mais inatingíveis, preferia dedicar-me aos bits.