segunda-feira, março 19, 2007

23. Burrocracia

Sucedeu algumas semanas atrás. Um cozinheiro alemão residente há alguns anos no nosso país suicida-se depois de mais um problema burocrático no arranque de um restaurante no Algarve.

Depois de seis anos a lutar para abrir um restaurante, Frank-Peter Marcischewski finalmente tem tudo pronto, faltando apenas levantar o alvará, que segundo informações já estava pronto. Dirigiu-se primeiro às finanças, onde uma funcionária lhe terá dito que não era ali que se levantavam as licenças, mas sim na câmara. Conhecendo os funcionários das finanças como conheço, a informação terá sido dada com todo o respeito e delicadeza.

Depois dirige-se à camâra onde o informam que o alvará não estava no seu nome, mas sim do sócio com o qual tinha iniciado o projecto, pelo que ele ficou na ideia que não conseguiria abrir o restaurante no dia seguinte, como era o seu objectivo. Por causa disso, pegou no carro, foi até Sagres, pagou 3 euros para entrar no promontório como qualquer turista e atirou-se da falésia.

Esta história faz-me pensar na estupidez natural que grassa em alguns dos nossos serviços públicos (atenção senhores e senhoras, gastem algum do vosso tempo para meditar na razão de existir o vosso emprego - serviço público). O mais grave nisto tudo é que podia ser resolvido facilmente, e ele poderia ter aberto o restaurante sem problemas e em poucas semanas ter o seu nome averbado ao alvará.