Na revista Sábado apareceu uma notícia sobre um escocês traficante de droga que foi torturado no Algarve. Tenho vergonha de revelar que senti alguma curiosidade mórbida sobre os detalhes da dita tortura, mas não esperava tantos pormenores - passou-me imediatamente a curiosidade, transformada num sentimento de "Precisamos mesmo saber isto?".
Há poucos dias dei com outro exemplo. O jornal da TVI deu a notícia do roubo de uma viatura. A senhora tinha ido a casa, deixando a chave na ignição, e se isto ainda não bastasse, deixou também os dois filhos. O ladrão andou dez quilómetros com os filhos da dona do carro lá dentro, antes de fugir. Até aqui tudo bem. Posso bem com a estupidez natural das pessoas.
O que se passou depois foi mais grave, porque o jornalista indicou que o filho mais velho, de apenas 7 anos, ia fazer a identificação do criminoso, e não bastando isto ainda deu os detalhes físicos da criminoso. Indicou por exemplo que tinha cabelo grande. Se ele fôr espectador da TVI a esta hora já cortou o cabelo...
Senhores jornalistas. Sejam eficientes. Informem o que precisamos de saber, mas tenham a noção de que não precisamos saber TUDO!
quarta-feira, novembro 17, 2010
quarta-feira, setembro 01, 2010
471. Viagem no tempo
Tive uma ideia ao mesmo tempo estúpida e irrelevante, pelo que deve fazer algum sentido. Estava a ver um programa do Discovery sobre os incas, onde mostrava as pessoas a desenterrarem múmias incas com centenas de anos e tive esta ideia fabulosa. Estamos a desenterrar coisas que sobreviveram centenas e mesmo milhares de anos debaixo de terra e em edíficios de pedra e a colocá-las em museus.
Perfeito.
Mas de aqui a milhares de anos, depois da nossa efémera civilização ter desaparecido, vão acontecer duas coisas. A primeira é que nada vai sobrar da nossa civilização porque usamos o ferro e o tijolo nas nossas construções e os dispositivos de plástico para guardar o nosso acervo cultural. A segunda é que vão também desaparecer as nossas relíquias das civilizações mais antigas, que retirámos da terra onde iam perdurar para a sempre e as guardámos nas construções que não vão durar mais do que algumas centenas de anos.
É deprimente. Eu sei, mas não vai durar para sempre.
Perfeito.
Mas de aqui a milhares de anos, depois da nossa efémera civilização ter desaparecido, vão acontecer duas coisas. A primeira é que nada vai sobrar da nossa civilização porque usamos o ferro e o tijolo nas nossas construções e os dispositivos de plástico para guardar o nosso acervo cultural. A segunda é que vão também desaparecer as nossas relíquias das civilizações mais antigas, que retirámos da terra onde iam perdurar para a sempre e as guardámos nas construções que não vão durar mais do que algumas centenas de anos.
É deprimente. Eu sei, mas não vai durar para sempre.
quinta-feira, agosto 12, 2010
470. Spínola
Estava profundamente aborrecido quando resolvi entrar no quiosque para comprar uma revista para ler. Quando entrei apercebi-me da pobreza da oferta - de um lado tinha o patinhas, do outro as revistas cor-de-rosa. Quando me dei ao trabalho de dar uma segunda vista de olhos deparo-me com uma colecção de biografias de Portugueses, cada uma a custar 1,95. Uma verdadeira pechincha nos tempos que correm, em que encontrar algo que custe menos do que 2 dígitos é quase tão difícil como encontrar um virgem de 14 anos.
Mas continuemos. Comprei:
(1) a biografia dos Gato Fedorento, uma história de sucesso neste país de anormais.
(2) a biografia de D. Nuno Álvares Pereira, herói português, neto de um arcebispo de Braga e filho de um prior (pormenor perfeitamente irrelevante para o autor da Biografia). É responsável por não sermos espanhóis, facto que muitos choram. Leio esta biografia em Espanha, o que pode muito bem ser configurado como sendo uma actividade criminosa.
(3) a biografia de Spínola. E aqui vem o cerne da questão. A ideia que tinha de Spínola era a de um homem rígido que usava sempre o seu monóculo. O livro retrata-o como uma das personalidades mais influentes do século passado, a sua importância na guerra Ultramarina e posteriormente na sua viragem de opinião sobre o regime.
O que é que a biografia de Spínola tem de importante? Depois de lermos aquele texto ficamos com a ideia de que perdemos muito tempo na escola a estudar os reis e os seus feitos. Devíamos passar mais tempo a estudar o que aconteceu nos últimos sessenta anos, de forma a podermos definirmo-nos melhor e respondermos de uma forma mais saudável à sacrimental pergunta: "Como é que nos metemos nesta alhada?"
Mas continuemos. Comprei:
(1) a biografia dos Gato Fedorento, uma história de sucesso neste país de anormais.
(2) a biografia de D. Nuno Álvares Pereira, herói português, neto de um arcebispo de Braga e filho de um prior (pormenor perfeitamente irrelevante para o autor da Biografia). É responsável por não sermos espanhóis, facto que muitos choram. Leio esta biografia em Espanha, o que pode muito bem ser configurado como sendo uma actividade criminosa.
(3) a biografia de Spínola. E aqui vem o cerne da questão. A ideia que tinha de Spínola era a de um homem rígido que usava sempre o seu monóculo. O livro retrata-o como uma das personalidades mais influentes do século passado, a sua importância na guerra Ultramarina e posteriormente na sua viragem de opinião sobre o regime.
O que é que a biografia de Spínola tem de importante? Depois de lermos aquele texto ficamos com a ideia de que perdemos muito tempo na escola a estudar os reis e os seus feitos. Devíamos passar mais tempo a estudar o que aconteceu nos últimos sessenta anos, de forma a podermos definirmo-nos melhor e respondermos de uma forma mais saudável à sacrimental pergunta: "Como é que nos metemos nesta alhada?"
quarta-feira, agosto 11, 2010
469. Agua do Luso
Peço desculpa pelo despropósito do título, mas apeteceu-me escrever qualquer coisa mais porcalhona. É a vida.
Por falar em porcalhona, quero contar uma história que presenciei hoje. Fui passar o dia a Samil, a praia de Vigo. Comento com a minha mulher a ausência de lixo na praia e a diferença para o que se passa nas praias e pinhais Portugueses.
À minha volta só ouço falar português.
De tarde chega um grupo de jovens, três rapazes e uma rapariga (linda por sinal). Falavam francês. A rapariga (linda por sinal) bebia água de uma garrafa de litro e meio. Um dos rapazes bebia de uma garrafa de meio litro. Reconheci a marca, LUSO.
Ao fim da tarde levantaram-se, arrumaram as toalhas e deixaram na areia as duas garrafas, meio enterradas, num gesto provocatório. Fiquei-lhes com um pó que nem imaginam. Quem limpe a praia e conheça a proveniência da garrafa vai atribuir-nos a culpa.
Eu também tenho a minha quota-parte da culpa, porque podia ter posto as ditas garrafas no lixo. Mas esta quota-parte não me pesa assim tanto na consciência.
Por falar em porcalhona, quero contar uma história que presenciei hoje. Fui passar o dia a Samil, a praia de Vigo. Comento com a minha mulher a ausência de lixo na praia e a diferença para o que se passa nas praias e pinhais Portugueses.
À minha volta só ouço falar português.
De tarde chega um grupo de jovens, três rapazes e uma rapariga (linda por sinal). Falavam francês. A rapariga (linda por sinal) bebia água de uma garrafa de litro e meio. Um dos rapazes bebia de uma garrafa de meio litro. Reconheci a marca, LUSO.
Ao fim da tarde levantaram-se, arrumaram as toalhas e deixaram na areia as duas garrafas, meio enterradas, num gesto provocatório. Fiquei-lhes com um pó que nem imaginam. Quem limpe a praia e conheça a proveniência da garrafa vai atribuir-nos a culpa.
Eu também tenho a minha quota-parte da culpa, porque podia ter posto as ditas garrafas no lixo. Mas esta quota-parte não me pesa assim tanto na consciência.
468. Scut ou não Scut, eis a questão.
Caros(as) amigos(as), a indefinição do pagamento ou não das SCUT e toda a polémica gerada é sintomática do desgoverno que nos governa. Sinto que o nosso país se tornou num barco prestes a naufragar, onde metade dos membros do governo só abrem buracos no casco, enquanto que a outra metade só mete água para o interior do barco. SE ESTIVESSEMOS NUM PAIS CIVILIZADO O GOVERNO JÁ TERIA SIDO DEMITIDO.
467. Adeus António
António partiu e deixou-nos infinitamente mais pobres. Partilhámos o seu destino, a sua dor. Bebemos do seu espírito. Rimos desalmadamente, mesmo quando pensávamos que isso já não (lhe) era possível. Sofreu uma morte de treta que nos uniu a todos nesse dia que desejaríamos não ter acontecido.
Descanse em paz.
Espera. "Descanse em paz?". Eram duas palavras que ele tinha riscado à muito do seu vocabulário. Andava a 300, tanto no Porsche quer fora dele. Era amigo de todos, gostava de viver.
Onde quer que estejas, António, diverte-te!
Descanse em paz.
Espera. "Descanse em paz?". Eram duas palavras que ele tinha riscado à muito do seu vocabulário. Andava a 300, tanto no Porsche quer fora dele. Era amigo de todos, gostava de viver.
Onde quer que estejas, António, diverte-te!
terça-feira, fevereiro 02, 2010
466. Doideira
Tenho acompanhado esta nova edição do Ídolos com bastante interesse, o suficiente para me fazer interromper o meu silêncio para meditação. Aquilo é um espectáculo onde brincamos com o talento dos míudos, o qual é evidente.
Ver
Brincamos em primeiro lugar porque transformamos os castings em espectáculo, exacerbando o ridículo que passam todos aqueles que acreditam no sonho da fama, sem terem a mínima preparação. Depois, quando finalmente chega a fase final do espectáculo, os mesmos juris que fizeram o espectáculo nos castings delegam para o público a escolha dos vencedores de cada sessão.
Como se não fosse pouco, o sucesso desta nova edição transformou-se num circo mediático. As revistas e os jornais não tardaram em tentar encher páginas e páginas de "informação" sobre as vidas dos finalistas. O prémio vai para uma revista que em vez de perguntar a um dos concurrentes sobre as suas aspirações e o seu trajecto, não se cansava de tentar perceber as suas tendências sexuais. Todas as músicas foram parar ao youtube, sendo os comentários do mais baixo que tenho visto ultimamente.
Gente, são apenas jovens talentosos num programa de entertenimento, give them a break...
Ver
domingo, dezembro 06, 2009
465. I'm back
Depois de largos meses letárgicos, acordo este blog para vos dizer um lugar-comum: lentamente o país vai-se dando conta que grassa a corrupção a todos os níveis. Dou-me ao trabalho de ter este sonho - se os portadores dos altos cargos fossem realmente competentes e cientes da importância do seu papel na sociedade, não haveria lugar à corrupção, e este país estaria francamente melhor...
quarta-feira, março 11, 2009
464. Sporting!
Depois de perder 5-0 com o Bayern em casa, o Sporting precisava de um milagre, o que foi exactamente o que aconteceu - conseguiram marcar um golito, e sofrer 7.
Meus senhores, sofrer 12 golos em dois jogos é inadmissível para um pretendente ao campeonato Tuga, e diz muito sobre o nível competitivo nacional.
Tenho dito....
Meus senhores, sofrer 12 golos em dois jogos é inadmissível para um pretendente ao campeonato Tuga, e diz muito sobre o nível competitivo nacional.
Tenho dito....
463. Pedras
Pela segunda vez em duas semanas seguidas alguém manda pedras para a avenida António Macedo, em Braga, pelas 13h30. Dessas duas vezes que assisti os condutores que iam sendo apanhados pelas pedras param os veículos logo a seguir, na saída para Vila Verde, saem dos veículos e ficam a tentar ver alguém.
Está tudo doido.
Está tudo doido.
462.Animação
Tenho por hábito há longos anos não ligar peva ao que os críticos de cinema dizem do alto da sua sabedoria suprema. Em geral isso poupa-me dinheiro e tempo.
Uma feliz excepção levou-me a ouvir um crítico de cinema na rádio falar bem de "Coraline e a porta secreta", o último filme de animação feito por um dos animadores que colaborou em alguns dos filmes de animação de Tim Burton, e devo dizer que gostei.
Sendo um filme de animação, tem uma qualidade surpreendente. Do melhor que tenho visto nos últimos anos.
O facto de não se ouvir falar mais deste filme espanta-me. O que vemos e devemos ouvir é ditado pelos milhares gastos em campanhas publicitárias, não pela qualidade das coisas. Especialmente quando não são coisas de consumo imediato, tipo sopa passada - para vermos bem Coraline é preciso mastigar, sermos confrontados com nós próprios, e o grande dilema dos pais e dos filhos.
Uma feliz excepção levou-me a ouvir um crítico de cinema na rádio falar bem de "Coraline e a porta secreta", o último filme de animação feito por um dos animadores que colaborou em alguns dos filmes de animação de Tim Burton, e devo dizer que gostei.
Sendo um filme de animação, tem uma qualidade surpreendente. Do melhor que tenho visto nos últimos anos.
O facto de não se ouvir falar mais deste filme espanta-me. O que vemos e devemos ouvir é ditado pelos milhares gastos em campanhas publicitárias, não pela qualidade das coisas. Especialmente quando não são coisas de consumo imediato, tipo sopa passada - para vermos bem Coraline é preciso mastigar, sermos confrontados com nós próprios, e o grande dilema dos pais e dos filhos.
sábado, março 07, 2009
461. Polémica Magalhânica
Foi descoberto que um dos programas educativos no Magalhães continha erros tipográficos graves. Foi logo encontrado um culpado - o tradutor era um emigrante em França com a quarta classe, e o secretário de estado teve de vir a público explicar porque tinha sido distribuído a mais de 200 mil crianças uma ferramenta educativa com erros.
E eu pergunto: porque razão tem o secretário de estado, em plena crise financeira, e em ano de eleições, de se preocupar com um computador para os meninos?
Não seria tarefa de alguém ligado à Educação?
Parece aquela rábula dos Gato Fedorento em que aparecia o nosso primeiro e o seu secretario numa conferência de imprensa - as perguntas incómodas eram "chutadas" pelo primeiro-ministro para o secretário à Ronaldo, ficando apenas com a incumbência de responder as perguntas "positivas".
A brincar, a brincar se dizem as verdades.
E eu pergunto: porque razão tem o secretário de estado, em plena crise financeira, e em ano de eleições, de se preocupar com um computador para os meninos?
Não seria tarefa de alguém ligado à Educação?
Parece aquela rábula dos Gato Fedorento em que aparecia o nosso primeiro e o seu secretario numa conferência de imprensa - as perguntas incómodas eram "chutadas" pelo primeiro-ministro para o secretário à Ronaldo, ficando apenas com a incumbência de responder as perguntas "positivas".
A brincar, a brincar se dizem as verdades.
459. Indignação
Não há outra palavra. Indignação serve perfeitamente para descrever o que sinto neste momento depois de saber que a Igreja Católica Brasileira se prepara para excomungar a menina de nove anos que foi vítima de estupro pelo padrasto e ficou grávida de gémeos, tendo sido provocado o aborto por conselho médico. Os familiares que consentiram o aborto e os médicos foram também excomungados. O padrasto foi o único que não foi expulso da Igreja.
No Vaticano houve quem aplaudisse a decisão.
É esta a Igreja que temos e que se queixa de estar a perder fiéis, especialmente em países como o Brasil?
Francamente!
No Vaticano houve quem aplaudisse a decisão.
É esta a Igreja que temos e que se queixa de estar a perder fiéis, especialmente em países como o Brasil?
Francamente!
quinta-feira, março 05, 2009
458. Titulos
Gostava de cumprimentar as pessoas que traduzem os títulos dos filmes. De vez em quando, meus caros, e mais frequentemente do que seria desejado, seria preferivel deixar o titulo original, caso contrario caímos no rídiculo - como aconteceu com o filme de Mickey Rourke, "The Wrestler", cujo título tuga é "O Wrestler".
Creio que metem o nome nas ferramentas de tradução automáticas da Google e já está. O Tuguita não reclama, está tudo bem. Desde que a coisa mexa, tudo bem...
Creio que metem o nome nas ferramentas de tradução automáticas da Google e já está. O Tuguita não reclama, está tudo bem. Desde que a coisa mexa, tudo bem...
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
457. Erro tipográfico
Esta caiu-me no goto, não sei muito bem porquê. Ou talvez saiba - mexe com o meu referencial da infância época na qual comia toneladas de espinafres porque eram ricos em ferro e por causa do Popeye, o homem do cachimbo.
Deu no sábado um programa para putos que mandava por terra tudo o que se dizia sobre os espinafres- aparentemente tinha sido feito um estudo para determinar a composição dos vegetais e um erro tipográfico transformou os 3mg de ferro do espinafre em 30mg, o que fazia deste vegetal o campeão. Estávamos no final do século XIX e o erro só foi descoberto em 1930 por cientistas alemães - mas persistiu na nossa cultura e foi absorvido na nossa cultura com a ajuda de um marinheiro.
Resultado, aquele que de outra forma seria um vegetal sem qualquer relevância tornou-se um sucesso de vendas.
Ou seja, os nossos erros podem persistir durante muito, muito tempo.
Deu no sábado um programa para putos que mandava por terra tudo o que se dizia sobre os espinafres- aparentemente tinha sido feito um estudo para determinar a composição dos vegetais e um erro tipográfico transformou os 3mg de ferro do espinafre em 30mg, o que fazia deste vegetal o campeão. Estávamos no final do século XIX e o erro só foi descoberto em 1930 por cientistas alemães - mas persistiu na nossa cultura e foi absorvido na nossa cultura com a ajuda de um marinheiro.
Resultado, aquele que de outra forma seria um vegetal sem qualquer relevância tornou-se um sucesso de vendas.
Ou seja, os nossos erros podem persistir durante muito, muito tempo.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
456. O príncipio do mundo
Ele há coisas sem explicação. Na feira do livro realizada na avenida central durante os festejos de carnaval, em Braga, eis que alguém fica indignado com a capa de um dos livros, que retrata uma mulher nua da cintura para baixo e com alguns meses a dever à depilação, uma pintura de Courbet, chamada "O principio do Mundo".
Mais tarde a PSP olha para o título "Pornocracia" e confunde com "Pornografia".
Resultado: os ditos livros são apreendidos para mais tarde serem devolvidos. Tal como aconteceu na Censura de Torres Vedras às imagens alegadamente porno associadas ao Magalhães.
Meus senhores e minhas senhoras, ponham um travão ao vosso pudismo. E às autoridades, antes de agir é conveniente parar para não cair no ridículo. Ou censuram e têm de ter o arcaboiço para levar as consequências até ao fim, porque estão convencidos de que estão a fazer um serviço à comunidade, ou brincam às censuras, e danificam o já destruído respeito à autoridade.
Mais tarde a PSP olha para o título "Pornocracia" e confunde com "Pornografia".
Resultado: os ditos livros são apreendidos para mais tarde serem devolvidos. Tal como aconteceu na Censura de Torres Vedras às imagens alegadamente porno associadas ao Magalhães.
Meus senhores e minhas senhoras, ponham um travão ao vosso pudismo. E às autoridades, antes de agir é conveniente parar para não cair no ridículo. Ou censuram e têm de ter o arcaboiço para levar as consequências até ao fim, porque estão convencidos de que estão a fazer um serviço à comunidade, ou brincam às censuras, e danificam o já destruído respeito à autoridade.
sábado, fevereiro 21, 2009
455. Criaturas Divinas
Li uma notícia no Diário do Minho que me deixou assombrado. Ao que parece vai acontecer uma exposição da Igreja a Galileu, considerado Homem Santo. Isto faz-me uma certa confusão, porque em vida Galileu foi perseguido por essa mesma Igreja pelo seu apoio à teoria heliocêntrica, que afirmava que era o Sol e não a terra o centro do Universo.
Estamos a celebrar os duzentos anos da teoria evolucionista de Darwin.
Galileu e Darwin mostraram ou ajudaram a mostrar que nem estamos no meio do Universo nem somos uma espécie "divina". Estamos num canto de uma galáxia insignificante, habitamos um planeta de modestas dimensões, num sistema que gravita em volta de uma estrela catalogada como "Anã Amarela".
Aparentemente a ciência desproveu-nos de qualquer aspiração divina que poderiamos ter.
E no entanto...
Está provado que nos saiu o equivalente ao euromilhões cósmico - o nosso planeta está à distancia exacta do sol para permitir a vida, mais proximo e seria excessivamente quente, mais afastado e seria demasiadamente quente. Portanto o nosso planeta permite a vida e permitiu que a evolução trabalhasse arduamente as formas de vidas até chegar ao ser perfeito - nós. A ideia que dá é a da existència de uma força oculta que nos fez chegar até aqui.
Portanto estamos a chegar a um ponto, depois de investidos milhões em investigação, em que vamos concluir aquilo que já sabiamos ha milhares de anos - somos criaturas divinas habitando o centro do universo - hipoteticamente um dos pouco planetas com vida, se não for o unico (afirmo isto com tristeza).
Estamos a celebrar os duzentos anos da teoria evolucionista de Darwin.
Galileu e Darwin mostraram ou ajudaram a mostrar que nem estamos no meio do Universo nem somos uma espécie "divina". Estamos num canto de uma galáxia insignificante, habitamos um planeta de modestas dimensões, num sistema que gravita em volta de uma estrela catalogada como "Anã Amarela".
Aparentemente a ciência desproveu-nos de qualquer aspiração divina que poderiamos ter.
E no entanto...
Está provado que nos saiu o equivalente ao euromilhões cósmico - o nosso planeta está à distancia exacta do sol para permitir a vida, mais proximo e seria excessivamente quente, mais afastado e seria demasiadamente quente. Portanto o nosso planeta permite a vida e permitiu que a evolução trabalhasse arduamente as formas de vidas até chegar ao ser perfeito - nós. A ideia que dá é a da existència de uma força oculta que nos fez chegar até aqui.
Portanto estamos a chegar a um ponto, depois de investidos milhões em investigação, em que vamos concluir aquilo que já sabiamos ha milhares de anos - somos criaturas divinas habitando o centro do universo - hipoteticamente um dos pouco planetas com vida, se não for o unico (afirmo isto com tristeza).
454. Incompreensível - ainda não arranjei um título para isto nem penso vir a ter um título adequado, porque isto é na realidade, incompreensível.
Há coisas incompreensíveis. Uma brasileira acusou um grupo de nacionalistas na Suiça de a terem atacado com um x-acto, chegando mesmo a alegar ter abortado em virtude disto.
Passado algum tempo descobre-se outra verdade:
(1) Ela não foi atacada, tendo provocado nela própria os ferimentos
(2) Ela não estava grávida.
Como se isto não bastasse, veio imediatamente a público a forma como a sua defesa ia proceder, fundamentando-se as acções dela com base nos efeitos secundários do Lúpus.
Quando isto for compreensível ficarei preocupado...
Passado algum tempo descobre-se outra verdade:
(1) Ela não foi atacada, tendo provocado nela própria os ferimentos
(2) Ela não estava grávida.
Como se isto não bastasse, veio imediatamente a público a forma como a sua defesa ia proceder, fundamentando-se as acções dela com base nos efeitos secundários do Lúpus.
Quando isto for compreensível ficarei preocupado...
453. Polícias, macacos e políticos
O New York Post lançou um cartoon onde se vê dois polícias depois de terem abatido um macaco, a comentarem um para o outro "Agora quem é que vai assinar a próxima lei de apoio às empresas?".
Sem comentários. Uma falta de respeito, com muita piada, mas uma falta de respeito. Neste país a liberdade de imprensa é um direito inatacável, mas devia haver algum limite....
Sem comentários. Uma falta de respeito, com muita piada, mas uma falta de respeito. Neste país a liberdade de imprensa é um direito inatacável, mas devia haver algum limite....
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