sexta-feira, outubro 17, 2008

402. Formação Circense

Veio ontem a público a queixa de um professor que filmou através de um telemóvel uma sessão de formação sobre o Magalhães, feita por representantes da Intel. Em vez de darem formação sobre a utilização do computador, a formação foi centrada na elaboração de músicas e peças de teatro sobre o computador.

Isto é interessante. Foi preciso vir a público o presidente da Microsoft, Steve Ballmer, para subitamente o governo deixar de apregoar que o Magalhães se trata de "tecnologia Portuguesa", mas sim de tecnologia Intel destinada aos países do Terceiro-Mundo.

Subitamente desapareceu também a empresa JP Sá Couto, depois de se conhecer a sua dívida ao fisco, e também depois de se ter tornado público que iriam demorar um ano a entregar 1 milhão de portáteis.

Depois veio o interesse cinco países no Magalhães, países esses que não são terceiro-mundistas, pelo que poderiam pagar por máquinas mais potentes. Não sei até que ponto este facto não será prejudicial à Intel, e que por isto mesmo deverá colocar entraves à comercialização dos componentes.

Como sempre fico na dúvida. Fica aqui um dos vídeos. Espero que os Gato Fedorento tenham a indecência de fazer um sketch sobre isto.




PS - É de louvar a atitude do professor de Educação Visual e Tecnológica que, numa época de caça às bruxas, decidiu vir a público, sozinho, protestar contra esta situação. O Ministério da Educação descartou-se imediatamente indicando desconhecer o conteúdo da formação e os métodos usados.

A partir deste momento, e da mesma forma como aconteceu no triste caso do Carolina Michaela, do "Dá-me o telemóvel, já!", os professores devem ficar proibidos de usar telemóveis nas formações...