terça-feira, dezembro 04, 2007

158. O altruísmo não compensa

Algo que não está na moda é, definitivamente, o altruísmo. Se paramos para ajudar alguém que desconhecemos, somos olhados quase como páreas da sociedade, conspiradores.

Aconteceu este fim de semana, na A25. Um mercedes despistou-se e ficou no meio da via. Um automobilista parou o carro na berma e foi tentar ajudar.

Este gesto altruísta custou-lhe a vida, ao ser apanhado por um terceiro veículo.

Portugal não é, de certeza, o país certo, nem para altruístas nem para heróis.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

157. Por onde andas, meu?

Um dos meus muitos vícios é o de procurar pessoas que conviveram comigo nos anos 80 e que por algum motivo desapareceram sem deixar rasto. O mesmo se passa com os actores que fizeram os filmes dessa década. À excepção de um punhado de actores, a grande maioria desapareceu para outros papeis, na maior parte deles mais obscuros.

Quatro exemplos:

Primeiro, o actor de ET praticamente desapareceu. Só se voltou a ver no lançamento da edição especial, quando reuniram de novo o elenco. Quanto à miudinha, Drew Barrymore, não vale a pena falar (está em todas).

Em segundo, quem se lembra de um dos primeiros filmes do Spielberg, "Os Goonies"? O asmático actor principal voltou agora como o amigo de Frodo, "Sam Gamgee", na trilogia do Senhor dos Anéis.

E quem se lembra da boazona do filme "Gremlins"? Tornou-se na senhora "Kevin Kline".

E por último, quem se lembra de uma menina que dançava com Bruce Springsteen num teledisco? Tornou-se na Mónica Chandler, da série Friends.

156. Macacadas

Recebi a seguinte anedota, que tem qualquer coisa de anormal:

"Num Jardim Zoológico o director soube que a única gorila fêmea estava a entrar no cio. Temendo que ela entrasse em depressão, e sabendo que um dos tratadores era bastante dotado, fez-lhe a seguinte proposta:
- Por quinhentos euros, queres ter sexo com a gorila? - perguntou o director, ao que o empregado respondeu que ia precisar de pensar no assunto.
No dia seguinte o tratadorpediu para falar com ele e disse-lhe:
- Sr. Director, aceito a sua proposta com três condições.
- Diga.
- A primeira é: nada de beijos.
- Aceite.
- A segunda condição é: nada de filhos.
- Muito bem. E a terceira?
- Sr. director, vou precisar de mais uma semana para arranjar so 500 euros..."

155. O lado negro da wikipedia

É um vício, a wikipedia, mas como tudo tem o seu lado negro. Este lado negro não se sente tanto nos conteúdos em Português, que são em tudo semelhantes aos conteúdos dos nossos livros de escola, mas quando começamos a debruçar-nos sobre os conteúdos em língua inglesa, parece que estamos a mergulhar num mundo à parte.

Qualquer que seja o tópico, quer seja a música, a culinária, a história ou o cinema, descubrimos sempre algo de diferente. Chegamos mesmo a descubrir conteúdos sobre Portugal que são mais informativos do que os mesmos conteúdos na wikipedia portuguesa. Não sei como isto pode ser possível, mas é a mais pura verdade.

O famoso lado negro dos conteúdos ingleses centra-se num certo exagero descritivo nos temas mais violentos - o exemplo mais notório que encontrei está patente na biografia de Vlad III, ou "Vlad o Empalador". A descrição da forma cruel como executava tanto os inimigos como os seus compatriotas está feita de uma forma tão pormenorizada que ultrapassa em muito os filmes de terror - não aconselhado aos estômagos mais sensíveis.

154. Negro de raiva

Preparava-me para pintar de negro este blog. Negro de raiva, pensando que o povo Venezuelano ia pactuar com os desígnios de Chavez e transformar o país num regime Comunista.

Mas não.

O referendo foi recusado (por pouco, muito pouco) , pelo que o povo Venezuelano está de parabéns. Está também de parabéns o próprio Chavez pela forma "humilde" como aceitou a derrota. Segundo um artigo que li, ele sentiu-se "aliviado" porque o povo tinha resolvido de forma democrática o "dilema" que o "afligia".

Fantástico. Se ele não se tivesse dedicado à política daria um fantástico advogado.

quarta-feira, novembro 28, 2007

153. Ursos

Uma professora britânica no Sudão arrisca-se a 40 chicotadas ou seis meses de cadeia por ter chamado "maomé" a um urso de peluche durante as aulas.

Estamos em 2007. Parámos no tempo e regressamos a toda a velocidade para a idade média. Vou já tirar o cavalo da garagem e galopar pela A1 fora a prestar vassalagem ao nosso Primeiro.

Ah não, ...espera... ele foi foi numa Cruzada à China...

152. Gastronomia macabra

Seguindo um certo tom negro que este blog está a tomar, continuamos com notícias gastronómicas.

Recentemente surgiu a notícia de um mexicano que comia as namoradas, no sentido mais literal e gastronómico do termo. Agora, foi descoberto o caso de um genro que comeu o sogro, ali para os lados de Sintra. Embora a policia já tenha vindo a público desmentir a notícia, vamos partir do princípio que era verdade.

O dito genro, um emigrante de origem ucraniana, aproveitando o facto do sogro estar sozinho em casa, matou-o, cortou-o aos pedaços, alimentou-se dele e depois foi esconder os ossos no mato.

Um ano depois, o mesmo emigrante foi preso por ter esfaqueado a patroa no Algarve. Durante o tempo em que esteve preso, os ossos do sogro foram descobertos pelos bombeiros durante o ataque a um fogo. Da Ucrânia veio a confirmação da identidade do corpo, através do registo dentário. Veio também a confirmação que o genro já estava referenciado pelas autoridades por comportamento violento.

Ou seja, não haveria maneira de impedir que alguém potencialmente problemático pudesse vir para o nosso país, país esse reconhecido internacionalmente pelos seus brandos costumes, e potencialmente um paraiso para todo o marginal da Europa de Leste?

É que caso contrário arriscamo-nos a dar mau nome à, também mundialmente reconhecida, gastronomia portuguesa...

terça-feira, novembro 27, 2007

151. Raiva

Raiva é tudo o que nos resta depois de nos assaltarem o carro para levarem a bolsa que estupidamente a minha mulher deixou no banco do carro.

Um grande abraço ao Sr. Agente que tratou do nosso depoimento - mesmo com ordenados "a brincar", fazem um grande trabalho.

Aquilo que dói mais neste caso é o facto de nos terem dado tanto o trabalho e o prejuizo, para levarem um telemóvel rasca e 4 euros em dinheiro.

F.D.P.!!!!

Gostava que os obrigassem a ver a TVI, 24h por dia, durante uma semana. (Tanto também não, nem os cães merecem isso - basta 2 dias).

segunda-feira, novembro 26, 2007

150. Internet mortal

A internet mata. Deviam pôr nos modems e routers um autocolante como aquele dos maços de tabaco a dizer "A internet mata".

Senão vejamos três exemplos que encontrei na internet:

1. Algures, encontrei apenas uma nota na wikipedia, uma adolescente de 13 anos suicidou-se após ter sido rejeitada por um contacto no Hi5. Acontece que o mesmo contacto tinha sido criado pela própria mãe de forma a poder controlar o que a filha fazia na internet. Deu-se mal.

2. Megan era uma também uma adolescente que se envolveu num chat com um fulano, que se verificou posteriormente se tratar de um vizinho dela com uma identidade falsa. Pelos vistos ela tinha problemas de peso e o fulano humilhou-a de tal forma no chat que ela cometeu suícidio.

3. Esta é porca, por isso imaginem uma bolinha no canto superior direito do browser.

Ok?

Vamos em frente. Na Alemanha, um fulano combinou a sua morte com outra pessoa num chat. Primeiro começaram com um opíparo jantar onde o prato principal era o seu próprio "instrumento". Depois o amigo apunhalou-o no pescoço. Creio que depois o jantar continuou com outras partes do corpo... (safa...)

149. Creepy

O oculto fascina-me. Tudo aquilo que não pode ser facilmente explicado, como por exemplo as mortes de actores ligados a filmes que lidam com o paranormal.

Dois exemplos: Poltergeist e Constantine.

No filme Poltergeist, a miúda mais nova morre antes do fim das filmagens do terceiro filme, vítima de complicações causadas pela doença de Crohn. A actriz que fazia de irmã mais velha morre vítima de maus tratos infligidos pelo namorado.

Em Constantine, dois dos actores secundários que faziam de demónio morrem no ano de estreia do filme, um por overdose e o outro de causas naturais.

Outro exemplo:

Durante a rodagem do filme "O Corvo", Brandon Lee morre, vitima do disparo de uma arma que acidentalmente ficara com uma bala real encravada no carregador. Só algum tempo depois do disparo é que a equipa de filmagem compreendeu que algo errado se passara, e que o realismo da cena fora "realmente real". Já o pai, o lendário Bruce Lee, tinha morrido em circunstâncias similares, na rodagem de um filme com a mesma temática.

Creepy.

Já a nível nacional, durante a rodagem de uma telenovela foram filmadas cenas num dos mais famosos monumentos nacionais, a qual teve de ser interrompida porque vários dos membros da equipa se sentiram mal.

148. Um momento

Um momento. Dizemos esta palavra sem sabermos ao certo o seu significado. Ao que parece o "momento" é uma medida de tempo usada antigamente na Inglaterra. Significava 1,5 minutos.

Ou seja, a próxima vez que encontrarmos o wc ocupado e que respondam "um momento!" de lá de dentro, ficamos a saber que só teremos de esperar 1,5 minutos.

Isto é, se essa pessoa tiver lido este post...

147. Piada Porca

Ouvido no programa da linha avançada:

"A mulher do Trapattoni morre e vai para o céu. S. Pedro recebe-a e mostra-lhe duas portas. A primeira dava para o céu e a segunda para o inferno. Ela teria de escolher.

Ela sente-se tentada a escolher a primeira porta, mas eis que ouve gritos e o som de um berbequim.

- Estão a abrir os buracos nas costas para as asas. - esclarece S. Pedro.

De novo se ouvem gritos e o ruído do berbequim.

- Estão a abrir o buraco para a auréola. - esclarece novamente S. Pedro.

A mulher pensa um momento e decide ir para o inferno.

- Atenção, porque o diabo viola todas as mulheres que vão para o inferno. - avisa S.Pedro.

- Não interessa. - explica ela - Pelo menos os buracos já estão feitos..."

quinta-feira, novembro 22, 2007

146. Vigaristas

Foi condenada uma "falsa juiza", uma mulher com 11 filhos e que burlou empresas em dezenas de milhares de contos. O esquema era simples. Ela ligava ao fim da tarde para empresas que sabia serem devedoras ao Fisco ou à Segurança Social. Indicava que estava a ser feita uma diligência especial, antes de serem accionadas penhoras. Para prevenirem as mesmas penhoras deveria se transferidas somas de dinheiro para contas bancárias.

Pelos vistos resultava, o que diz muito da classe empresarial deste país.

quarta-feira, novembro 21, 2007

145. Tuga-nice

Ser português… é ser o maior!!!

Levar o arroz de frango para a praia.
Guardar aquelas cuecas velhas, para polir o carro.
Criticar o governo local, mas jamais se queixar oficialmente.
Ladie's night à quinta.
Ter tido a última grande vitória militar em "1385".
Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.
Guiar como um maníaco e ninguém se importar com isso.
Viajar pró quinto dos infernos e encontrar outro Tuga no restaurante.
Ter folclore estudantil anual por causa das propinas.
Ninguém saber nada do nosso país, excepto os Brasileiros e os Espanhóis, que gozam dele.
Levar a vida mais relaxada da Europa, mesmo sendo os últimos de todas as listas.
Ter sempre marisco, tremoços e álcool, anualmente, a preços de saldo.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Dar os máximos durante 10 km, para avisar os outros condutores da polícia adiante.
Ter o resto do mundo a pensar que Portugal é uma província espanhola.
Exigir que lhe chamem "Doutor", mesmo sendo um Zé-ninguém.
Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro, mas não tratar ninguém com outras profissões por Sr. Pintor, Sr. Economista, Sr. Contabilista, Sra. Secretária, Sr. Canalizador, Sra. Cabeleireira, Sr. Primeiro-ministro, etc.
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque "é caro".
Ir à aldeia todos os fins-de-semana visitar os pais ou os avós.
Gravar os "donos da bola".
Ter diariamente, pelo menos 8 telenovelas brasileiras e 2 imitações rascas da TVI na televisão.
Já ter "ido à bruxa".
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e, pelo menos, a 500 metros de casa. Lavar o carro na fonte, ao domingo.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Levar com as piadas dos brasileiros, mas só saber fazer piadas dos alentejanos e dos pretos. Ainda ter uma mãe ou avó que se veste de luto.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito "porque não se quer aborrecer".
Dizer mal dos militares, mas adorar o cravo na G3 e o feriado do 25 de Abril.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos.
Na terceira idade, pendurar o guarda-chuva nas costas.
Acender o cigarro a qualquer hora e em qualquer lugar, sem quaisquer preocupações.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
No restaurante, largar o puto de 4 anos aos berros e a correr como um louco, a incomodar os restantes Tugas.
Ter bigode e ser baixinho(a).Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Ter o colete reflector no banco do passageiro.
Pendurar o CD no retrovisor, para "enganar o radar".
Ter três telemóveis.
Jurar não comprar azeite Espanhol, nem morto, apesar da maioria do azeite vendido em Portugal ser Espanhol.
Organizar jogos de futebol solteiros e casados.
Ir à bola, comprar "prá geral" e saltar "prá central".
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

(Autor desconhecido, mas com imaginação)

terça-feira, novembro 20, 2007

144. Mecânico vs Médico

Um mecânico está a desmontar o motor de uma mota quando vê na sua oficina um cirurgião cardiologista muito conhecido.

Ele olha para o mecânico a trabalhar. O mecânico pára de trabalhar e pergunta:

– Doutor, posso fazer-lhe uma pergunta?

O cirurgião, um tanto surpreso, concorda e vai até perto da moto na qual o mecânico está a trabalhar.

O mecânico levanta-se e começa:

– Doutor, olhe para este motor. Eu abro-lhe o coração, tiro as válvulas, conserto-as, ponho-as de volta e fecho novamente. Quando eu termino, ele volta a trabalhar como se fosse novo. Porque será que eu ganho tão pouco e o senhor tanto quando o nosso trabalho é praticamente o mesmo?

O cirurgião dá um sorriso, inclina-se e fala baixinho ao ouvido do mecânico:

– Tente fazer isso com o motor a funcionar ...

domingo, novembro 18, 2007

143. Worst of

É muito mais complicado fazermos uma lista do que gostamos do que o que não gostamos. Acontece com tudo, desde a comida à música. Com o cinema é a mesma coisa. É muito fácil enumerar os filmes que não gostei, encabeçados pelo Crash de Cronenberg.

Quanto ao melhores é muito complicado - a principal razão é que os filmes são efémeros, são feitos para serem consumidos na primeira vez, porque depois perdem grande parte do encanto. Os melhores filmes são os que se vêem na altura, e mais do que a qualidade do filme, o que fica é o momento.

Assim sendo, temos para começar, o Matrix, pela inovação, pela história, e pela construção do personagem de Neo. A última vez que tinha sido arrastado desta forma para outro universo aconteceu com o primeiro episódio da Guerra das Estrelas e com os Salteadores da Arca Perdida.

Depois temos os filmes de Coppola, Apocalypse Now e principalmente o Padrinho. Curiosamente, o actor que dança ao som do Satisfaction em cima do barco é o mesmo que personificou o Morpheus, no Matrix. Quanto ao Padrinho, é um filme perfeito, só superado pelo livro, que comprei em segunda-mão em Matosinhos por 400 Escudos.

Quanto às comédias românticas, a minha preferida é, de longe, Quatro Casamentos e um Funeral. Gostei tanto que usei o elogio funebre da cena do funeral como dedicatória do livro de curso de uma grande amiga (desculpa...!)

No campo do humor, temos o Taxi, o Fabuloso Destino de Amélie e Delicatessen. Todos filmes franceses. Existe um filme Americano que guardo na memória "Freddie Bueller's Day Off", em português "O Rei dos Gazeteiros".

Em termos de Suspense e Acção, "Alien" e "Seven". Artes marciais? "O tigre e o Dragão".

Animação: Shreck e Nemo. Também de longe. O primeiro pelo humor, enquanto o segundo é outro filme perfeito.

Filmes portugueses? Cresçam e apareçam.... Um bom filme nasce em primeiro lugar de um bom argumento. Sem história um bom realizador não consegue fazer absolutamente nada. É como um pedreiro que lhe tenham dito apenas "quero ali uma casa". E podem ter os melhores tijolos que conseguirem (leia-se actores), sem um bom projecto a casa não vai a lado nenhum...

142. Piada médica

Como que a provar que também existem "Dr. Houses" lusos está esta anedota, uma de muitas que um médico vai publicar num livro (humm....isto não levantará problemas deontológicos?).

Reza assim:

Pergunta uma paciente no consultório: "Sr. Doutor, posso tomar os comprimidos com a menstruação"?
Resposta do médico com evidente boa disposição: "Claro. Mas se tomar com água o sabor é melhor."

(Um médico bem disposto - espécie em vias de extinção no SNS)

141. Já não é de agora

Já não é de agora o tacto dos Estados Unidos para a diplomacia e o respeito pelo direitos humanos.

Pressionado pelos seus apoiantes, que lhe ameçavam retirar o apoio nas eleições, Roosevelt foi obrigado a rejeitar o pedido de exílio a cerca de 900 judeus que chegaram à flórida num navio civil Alemão, o SS St.Louis.

Estavamos em 1939.

Obrigado a regressar à alemanha, morreriam 200 pessoas nos campos de concentração alemães.

Bravo.

quarta-feira, novembro 14, 2007

140. Teoria da Conspiração

Um exemplo da política monopolista da Microsoft? Abram o Internet Explorer de uma máquina Windows. Esperem que a página do MSN (Microsoft Network) termine de carregar. Depois escreva o site para onde "realmente" querem navegar. Sem se dar conta, o cursor passou para a caixa de pesquisa dentro da página e entretanto carregou na tecla "enter". E voilá, está dentro do motor de busca da Microsoft, onde já indicou que quer pesquisar pelo site que você já sabe que existe, mas não na Internet...

O sonho de Bill Gates era "um computador em cada casa". Está a acontecer, e o mundo agradece. A informática pessoal explodiu e o computador tornou-se uma ferramenta omnipresente.

O problema, na minha modesta forma de ver, é que a Microsoft praticamente nos obriga a optar pela sua tecnologia, o que tem as suas vantagens (toda a gente usa o messenger, todos usam o office, ...).

Mas e se eu não quiser?

Um site fantástico que descobri recentemente é o Portable Apps - lá se encontra um conjunto de ferramentas gratuitas, desde o Openoffice ao Firefox (Browser), passando pelo Audiocatalyst (editor de ficheiros de audio). E finalmente o mau favorito, o VLC, um Media Player que bate aos pontos o Media Player do Windows.

Todo este software basta ser instalado numa pasta qualquer, inclusivamente numa pen USB. Sem alterar o sistema, sem necessitar actualizações constantes...

E gratuita, em todo o lado, como sonhou o "uncle BILL"...

139. Menti

Menti.

Errei ao confiar no que recebo por mail, no exemplo mais grotesco do termo. Passo a explicar: em Outubro "postei" a despedida de Gabriel Garcia Marquez, baseando-me num ficheiro no formato Powerpoint que tinha recebido. Vim a saber agora que o poema descrito é uma farsa, escrita por um ventríloquo mexicano para o seu boneco e que de alguma forma apareceu num jornal peruano em 1999, associado a uma pretensa pioria do estado de saúde do prémio nóbel.

Pelo facto peço desculpa e remeto-me ao silêncio...

138. Maus hábitos

Tenho o mau hábito de usar a casa de banho como local de reflexão. Nada de telefonemas, nada de chatices de forma alguma. Incontactável. Só eu e o meu intestino.

Na semana passada estive num cliente, onde ouvia o encarregado aos berros dentro do quarto de banho, a falar ao telefone móvel ou ao telemóvel.

Para mim isso é o mesmo que falar alto numa igreja...

137. Orgulho de macho

Li um artigo sobre a testosterona que feriu de morte o meu orgulho de macho.

A primeira afirmação bombástica é que somos todos basicamente mulheres. Mesmo que geneticamente sejamos machos, fisiologicamente somos mulheres até que os níveis de testosterona sobem. Esta hormona é responsável pela diferenciação - ou seja que afinal a bíblia errou, não foi a mulher que nasceu de uma costela de homem, mas sim o homem que nasceu da mulher.

A segunda afirmação é a de que a testosterona, longe de ser uma substância nobre, limita-se a ser um parente químico do colesterol. Ou seja aquilo que nos faz homem é semelhante à "merda" que lutamos para exorcizar do nosso organismo.

Francamente!...

136. Sociedade Virtual Desportiva

Na Inglaterra, 20000 cibernautas uniram-se para comprar um clube de futebol da 5ª divisão inglesa. Cada um deu 35 libras.

Pergunto: se no nosso país um conselho de administração de uma SAD é a confusão que é, 20000 pessoas a mandar deve ser o fim do mundo...

135. Por qué no te callas?

Foi memorável a forma como o rei Juan Carlos mandou calar Chavez na cimeira Ibero-Americana. Este não parava de interromper o primeiro-ministro espanhol, até que o Rei perdeu a paciência, num acto que muito gostariam de repetir com mais frequência.

Comentário de Chavez alguns dias depois "Ainda bem que não percebi que o Rei me tinha mandado calar"...

Passado ainda mais algum tempo e já há quem esteja a lucrar com a venda do toque polifónico com o sample do Rei a calar o líder Venezuelano. Aparentemente é um sucesso de vendas.

segunda-feira, novembro 12, 2007

134. Mais fins de semana assim, sff

Interrompo aqui a já longa lista de banalidades para fazer um pedido urgente: quero mais fins de semana assim. Afinal não é todos os dias que um Benfiquista simpatizante do Braga é brindado com uma vitória da equipa da Luz por 6-1 frente ao Boavista, onde praticamente só faltou o próprio Camacho meter a bola na baliza, bem como uma fabulosa derrota do Sporting de Lisboa face ao seu homónimo Sporting Clube de Braga, por 3-0.

Para finalizar, um empate do FCP, tendo o adversário metido dois tentos nos últimos 5 minutos.

Si señor, así dá gusto...

133. Castanhada

Para comemorar o dia de S. Martinho houve uma castanhada no Terreiro do Paço. Uma associação de Vinhais teve a ideia de construir o maior assador de castanhas do mundo, facto esse comprovado pelo enviado do Guinness, que testemunhou que a castanha portuguesa é realmente muito boa. Na televisão viu-se um grupo em Vinhais em volta do dito assador e a dar avidamente ao dente, na maior paz e sossego.

A ideia seguinte dos produtores da iniciativa foi levar o dito assador para o terreiro do paço para dar castanhas de graça ao pessoal. O que eles não contavam foi com a confusão que causaram, havendo tumultos, gente atropelada, tendo sido mesmo necessário a intervenção da polícia municipal.

Valente castanhada, sim senhor...

(ps - não encontro confirmação desta notícia dada na Antena 3 esta manhã em lado nenhum na internet)

domingo, novembro 11, 2007

132. Gatos em off

Hoje o programa dos gato Fedorento vai ser substituido por um best-of. Será que a imitação de um Joe Berardo a gritar f-words fez mossa ao mais alto nível, ou terá sido a inclusão do Talvez Foder, cantado por um Pedro Abrunhosa ao mais alto nível e acompanhado por um criterioso coro de "Pis" a abafar os momentos mais complicados?

O problema é que, havendo os dois momentos de provocação no mesmo programa, ficamos na dúvida...

(ou talvez fosse o facto de eles terem um "skitch" no concerto dos Da Weasel, isto da especulação pode dar para tudo...)

131. Verne

Pode não estar entre os autores mais respeitados de sempre, mas Júlio Verne é um dos autores mais lidos.

Uma pequena história sobre ele foi a da não publicação do seu primeiro romance "Paris no Século XX", uma das primeira obras futuristas, rejeitadas pelo editor por retratar uma sociedade excessivamente negativa, dominada pelo lucro e pela eficácia.

Sim senhor, realmente não tem nada a ver, não senhor...

130. Luv

Um nova-iorquino criou um site onde procura uma rapariga que viu um dia no metro e que considera ser o amor da sua vida. Pieguices à parte, foi imediatamente acusado que pretender mediatismo e aproveitar o facto para se promover profissionalmente - é designer.

Ou seja, hoje em dia o amor puro e duro e o romantismo em geral está sujeito ao mesmo tratamento aplicado ao terrorismo internacional.

Já não se pode ser tolo..."fool for love"...

De aqui para diante somos todos cinzentões mal-humorados, forçados ao CTC (Casa-trabalho-casa) e ao EPCFF (Escola-Profissão-Casamento-Filhos-Funeral)...

sexta-feira, novembro 09, 2007

129. Quarteto

Vai ficar para sempre na minha mente a imagem da menina indiana com quatro braços e quatro pernas. Ao que parece durante a gestação o seu corpo tinha absorvido o corpo do embrião gémeo.

A imagem é desconcertante, e espero que a menina consiga ter uma vida o mais normal possível, mas fiquei ainda mais desconcertado quando vi o olhar de orgulho dos pais....

Faz-me lembrar o contentamento com que um puto de 18 anos assistia ao vídeo da decapitação de Pearce - ou antes de ouvir os seus gritos. Ainda hoje isto me faz confusão e me mostra quão baixo podemos descer...

128. Cromo

Aconteceu hoje, e não há nome melhor para o descrever. Seguia pela A3 em direcção a Valença. No corte para esta vila estava um carro parado no separador, um senhor de meia idade fora do carro a fazer-me sinais para parar. Encostei à direita.

Perguntou-me ele se já tinha passado o corte para Tuy.

Embora se possa chegar a Tuy pela vila, era muito mais fácil seguir em frente, passando pela ponte. Expliquei-lhe que ainda estava em Portugal, ainda não tinha passado a ponte.

"Ah, não? ... ", exclamou ele, " ... então vou mijar. Posso, não posso?" E lá se encostou ele à berma, enquando eu segui caminho.

Não há outro nome, fica "cromado"....

domingo, novembro 04, 2007

127. Mais algumas anedotas de Salazar

Aqui ficam mais algumas pérolas sobre o "maior Português de todos os tempos"...

História do Perú

Salazar convidou pessoas amigas para almoçar com ele. Um almoço menos do que frugal, insuficiente.

Os convidados olhavam por baixo uns para os outros. Quê? O almoço seria só aquilo?

Então Salazar diz à criada: - Traga o peru.

Animam-se os convidados. A criada retira-se e volta com um peru vivo, debaixo do braço.

Coloca-o sobre a mesa e a ave, faminta, desata a picar as migalhas.

Bacalhau

- Já conheces a última maneira de cozinhar bacalhau?
- Qual?
- Bacalhau à Salazar.
- Como é?
- Só batatas. . .

5000 Camisas

Quando Rolão Preto, chefe dos nacionais-sindicalistas declarou, num banquete realizado em Fevereiro de 1933, que a uma ordem sua podia fazer desfilar em Lisboa 5 000 «camisas azui», Salazar admirou-se:

—Quê?! Então apesar das minhas medidas de salvação nacional ainda há em Portugal 5 000 pessoas com camisa?

Monstruosidades

O monstro de Loch Ness,
De que toda a gente zomba,
Não me aquece nem arrefece.
Seria ideia de arromba
Se o mesmo dizer pudesse
Do monstro de Santa Comba.


Tábuas de S.Vicente

Comparado hoje às figuras
Das tábuas de S. Vicente
Passa o nosso Salazar
Um Natal todo contente.

Mas se isto dá uma volta
Por obra de Belzebú
Pegam nas tábuas e dão-lhe
Com elas todas no cu.

Cunha

Um amigo de infância do Presidente do Conselho, que tinha ido muito novo para África e por lá fizera a sua vida, juntando uma grande casa, vem à Metrópole e visita-o. Visita-o para matar saudades, mas aproveita para lhe pedir um conselho. É que acabava de formar um filho em Ciências Económicas e Financeiras e queria iniciá-lo no trabalho, aqui na Metrópole, antes de ir para África entrar na gestão dos negócios paternos.

- Talvez tu mesmo pudesses ajudar-me. Um lugarzito em que ele entrasse na prática...

Salazar sorriu:

- Nem de propósito! Esteve aqui há pouco o ministro da Economia e falou-me da necessidade de um economista para um conselho técnico. Sempre é um ordenado de seis contos...

- Seis contos?! Deus nos livre! Com um ordenado desses logo de entrada, o rapaz perdia a noção das proporções. Desmoralizava-se. Eu quero-o lá é para trabalhar.

- Então talvez um lugar de chefe de contabilidade num grémio. São quatro contos e quinhentos...

- É muito. É muito ainda... Salazar indicou a seguir mais dois ou três lugares equivalentes e o amigo ia recusando sempre. Até que se resolveu a adiantar:

- Compreendes, eu não quero que ele comece por mandar, mas por obedecer. Para saber como é. Para aprender, para se desemburrar. Sem grandes facilidades. Uma coisa aí para um conto e duzentos, um conto e quinhentos... Terceiro ou segundo oficial, por exemplo...

Salazar teve um gesto de desalento:

- Ah, isso é impossível! Só por concurso!...

Tartaruga

Um dia, alguém pensou em oferecer a Salazar, como presente, uma tartaruga.
- Uma tartaruga? Que ideia! Onde ia eu meter um bicho desses?
- É muito simples. Basta um tanquezito com água. Não dá trabalho nenhum, não incomoda, não faz barulho e pode viver até aos duzentos anos...
- Ah, não! Não quero. Nós afeiçoamo-nos aos animais, depois eles morrem e lá ficamos com pena de os perder...


Agora a sério

Passaram 33 anos e actualidade de algumas destas anedotas é, tristemente, um facto. Como se o seu fantasma nos perseguisse, na forma de um ex-aluno da UNI.

126. Perguntas e respostas

Perguntei a um responsável de vendas de uma das maiores empresas nacionais quantas pessoas lá trabalhavam, obtendo de imediato a seguinte resposta:

"Metade!"

125. Calças à medida

Há alturas em que a vergonha é tanta que toma conta do homem, especialmente quando tem um certo peso.

O momento mais embaraçoso da minha curta existência passou-se no auditório da Microsoft em Oeiras. Fui fazer uma apresentação para uma audiência de 150 pessoas, por sinal a primeira vez que falava para tanta gente, e como sempre algo acontece para estragar o dia. Ao tirar material de merchandising do carro rasguei as calças atrás, desde o cinto ao fecho, passando pelas zonas privadas. Quando fui chamado, tive o cuidado de nunca me virar, e tenho de reconhecer que a demonstração correu bem até ao momento em que as luzes se acenderam, anunciando um intervalo.

Entrei em pânico.

Como é que uma pessoa confraterniza naquela situação? Seguimos encostados à parede, simulando uma ainda mais humilhante "coceira"?

Não, fiquei junto ao palco, respondendo a toda a gente que me convidava para conversar lá fora com um "muito obrigado, mas tenho de preparar isto", e mexia nervosamente no rato, da mesma forma que os funcionários fazem quando são apanhados pelo patrão a coçá-los.

PS

Depois de escrever este artigo lembrei-me de outra história passada com calças, alguns anos antes. Tinha ido dar uma formação de Access a duas raparigas de 18 anos, cujo interesse pela matéria era o mesmo que tinham pela situação política do Qatar. Além da formação ter corrido mal, conhecia mal a sala, pelo que cometi o erro de me encostar á esquina do quadro. Na altura não me apercebi de nada. Terminei a formação com um estado natural de frustração, despedi-me das pessoas que iam fechar a escola e saí. Quando cheguei a casa dei por um rasgão nas calças, de lado.

Na sessão seguinte, perguntei às meninas na secretaria se tinham reparado alguma coisa de estranho, ao que elas responderam que sim. Mas tinham ficado caladas, as anormais.

Na falta de bom circo, qualquer palhaço serve...

124. Uma anedota sobre Salazar

Conta a lenda que no tempo de Salazar as anedotas não faltavam, mas eram contadas de ouvido a ouvido, com medo da PIDE.

Uma que me ficou no ouvido reza que naquele tempo não havia muito que comer, pelo que o chefe de família, quando via que já não havia mais nada para comer gritava:

- Viva Salazar!

Ao que todos respondiam:

- Estamos todos fartos!

E como estavam "fartos", que é como quem diz, bem alimentados, podiam ir para a cama dormir...

123. Cento e vinte e três

Sempre gostei deste número.

122. CV

Parece que descubriram novas incongruências no curriculo do nosso Primeiro. Agora o que está em causa são os anos ao serviço da Câmara da Covilhã como Engenheiro Civil.

De aqui a pouco vão descobrir que ele afinal não se chama Sócrates mas Simão Bonifácio. Sócrates era o nome do cão que Simão tinha e que morreu atropelado por uma ambulância, daí a firme decisão que aquele rapaz tomou aos dez anos em querer acabar com o Serviço Nacional de Saúde no nosso país...

E já agora, acaba-se também com as Escolas, outro dos ódios de estimação de Simão.

E cria-se um alvoroço no nosso sistema de segurança social, que tantos problemas causou à tia Matilde.

E por último deixa-se o país à deriva, porque Simão sempre gostou de navegar...

121. Televisão avariada (parte 2)

Não fosse o facto de ter perdido o programa dos Gato Fedorento, e a avaria da antena no nosso prédio até podia ser uma boa notícia. Sobrevivo perfeitamente com o clube de video, a internet e a rádio. Sem falar nos livros.

Abaixo a tirania da televisão...

Agora, como é que peço uma compensação pelos direitos audiovisuais que vêm na factura da luz e que não pude consumir durante este fim-de-semana? Que palhaçada...

120. Corrupção

Não li o livro de Carolina Salgado. Mais por uma questão de princípio do que por outra coisa qualquer - se desato a ler todos os livros que as ex-namoradas de figuras públicas escrevem a lavar a roupa suja, fico sem tempo para fazer as coisas realmente importantes.

Agora estou muito mais interessado em ver o filme, tanto pelas cenas picantes da protagonista principal, como pelo simples facto de ser o primeiro filme feito em Portugal que estreia sem a assinatura do Realizador.

Sem falar nas ameaças de morte a Nicolau Breyner...

Pelas críticas que leio, a coisa não ficou famosa.

O título que li diz tudo: "Filme-estalinho feito com base em Livro-Bomba"...

119. Cai neve em Bogotá

A celebre música do José Cid "Cai neve em Nova Iorque", devia ter uma nova versão, desta vez intitulada "Cai neve em Bogotá".

Isto porque a versão original da música era uma metáfora sobre o mundo da droga, enquanto que hoje na cidade tida como a capital da droga, choveu torrencialmente, acompanhada por uma chuva de granizo que encheu as ruas de Bogotá com um metro de gelo.

Se na realidade e por estranho acaso chovesse cocaína nestas duas cidades, haviamos de ver dois comportamentos diferentes: os colombianos a colher o pó à pazada para dentro de sacos de feijão, e os nova-iorquinos, muito mais sofisticados, de nariz colado ao chão, a fazer "sniff!!"

118. Halloween

O Halloween é, segundo a minha filha, a designação que os celtas davam à estação do Inverno. A tradição ditava que na noite de 31 de Outubro os mortos saíam das campas para voltar a confraternizar com os vivos.

Este ano o Halloween ganhou um novo significado para mim, enquanto pai de um míudo de 3 anos. Nem tem muito a ver com o Halloween mas sim com a fatídica mudança de hora. Não é fácil convencer uma criança que os adultos, por uma mania qualquer, decidiram atrasar uma hora nos relógios, e assim, durante a semana do Halloween, o meu filho insistiu em acordar às 6h 30m , em vez das 7h 30 habituais. Tipo "Jet Lag" infantil.

Ao fim dessa semana estava com umas olheiras de morto-vivo.

Portanto, um muito obrigado aos crâneos que inventaram a porra da hora de Inverno.

117. Terceiro milagre de Fátima

Ficou por concretizar o terceiro milagre do Fátima na Taça da Liga, devido a um golo do "santo" Liedson.

Ainda bem, porque se não teriam de fazer um estádio no santuário, e assim os fiéis ficariam com muito menos espaço nas celebrações ao ar livre.

116. Porcos Chauvinistas

Um porco chauvinista é um porco que pensa que é o melhor. Não necessariamente um "porco machista", porque neste caso teriamos de dizer "porco chauvinista masculino". O termo "chauvinista" vem do nome de uma personagem de uma peça francesa "Chauvin", que se julgava melhor do que os outros.

Vem isto a propósito da minha eleição do site mais machista que existe em Portugal, ou melhor dizendo o blog mais machista: gaijasdatv. Neste blog podemos ver uma quantidade enorme de fotos de mulheres da cena televisiva nacional, nas suas poses mais, como poderei dizer, "peculiares". Assim sendo temos lá de tudo, com motor de busca, ordenadas alafabéticamente, com ranking 10+, desde as pernocas da Julia Pinheiro até às cenas mais atribuladas do "ballet rose".

Em comparação, o site mais feminista da webopeia nacional deve ser qualquer coisa cor-de-rosa e imensamente florida...

Agora a sério, não acredito na igualdade dos sexos, porque existem diferenças entre homens e mulheres, não tanto em termos fisiológicos mas principalmente em termos psicológicos. Somos diferentes e pronto. Como dizem os franceses "e viva a diferença".

O que acredito é na igualdade dos direitos, e isto é que deve ser sagrado. E no direito à diferença. Quanto à superioridade, à velha questão do "sexo forte", ainda está para ser provado cientificamente.

115. Para siempre

Em oposição à alta rotatividade das presidências da União Europeias, o Siñor Chavez mandou efectuar uma alteração à Constituição que lhe permite reeleições ilimitadas.

Assim sim, "se queda garantizada la democracia de los más fracos".

terça-feira, outubro 30, 2007

114. Protocolos dos novos tempos

É preciso mudar os protocolos actuais, com base no que aconteceu na recente cimeira de onde surgiu o Tratado de Lisboa. Quando se comprimentaram Durão Barroso e José Socrates, após o nascimento do Tratado, disseram "Porreiro, pá!"

Em inglês, "Cool dude!"

Agora a sério, estamos na política como no futebol. Usamos de todas as oportunidades para nos mostrarmos. O que interessa se ganhamos o mérito internacional por meia dúzia de palhaçadas onde consumimos uma parte substancial dos recursos deste país, para a formulação de um tratado que muito provavelmente vai ter o mesmo destino que os tratados que o precederam? De aqui a seis meses (e quando é que a UE vai acordar para o facto de parte do falhanço do sonho europeu teve origem na alta rotatividade das presidências?), vêm outros palhaços para o poleiro e o circo segue viagem para outras paragens.
Usemos antes do bom senso que qualquer dona de casa tem: temos de limpar a casa antes de a mostrar às visitas.

113. Mia, Couto, Mia....

Ontem Mia Couto, grande poeta e escritor Moçambicano (de quem muitos gostam e a mim me diz pouco), esteve em directo de Moçambique no Programa da Prova Oral. A certa altura conta a história do Chuck Norris, que eu acho é fantástica e passo a tentar reproduzir (leia-se adulterar):

Durante as últimas cheias em Moçambique, Mia Couto foi chamado para ser entrevistado pelas grandes cadeias de televisão sobre a perspectiva das cheias do ponto de vista da cultura. Escolheram para cenário um local onde havia uma grande cratera no chão e uma multidão estava reunida para ver todo o aparato de luzes e câmaras.

"Estão a fazer um filme", diz uma pessoa.

A certa altura Mia Couto passa pela multidão. Alguém exclama "É um filme, olha lá o Chuck Norris!"

O escritor prepara-se para começar a entrevista, quando já há um grande alarido na multidão. O entrevistador pede para que ele tente acalmá-los porque estavam a fazer muito barulho. Mia Couto acede e vai falar à multidão, pedir-lhes para fazer menos barulho.

E diz alguém "Chuck Norris fala Português!"

E diz outro, "Aquele não não é Chuck Norris, é o Mia Couto. Conheço-o bem"

E pergunta alguém, para terminar, "Ó Mia Couto, porque é que que vais fazer de Chuck Norris?"...

112. Adeus, Gabriel

Num acto do mais supremo sacrilégio, reproduzo aqui a Carta de Despedida de Gabriel Garcia Marquez, que padece de um cancro linfático e está em estado terminal (mas uma coisa garanto, passarão 200 anos e a memória de Garcia Marquez nunca terminará...).

"
Se por um instante Deus se esquece-se de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que pudesse.

Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não por aquilo que valem, mas pelo que significam.

Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais se detivessem, acordaria quando os demais dormissem.


Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não sómente o meu corpo, como também a minha alma.

Aos homens, eu provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se enamorar..

A um menino eu daria-lhe asas, apenas lhe pediria que aprendesse a voar..


Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com Vós homens…. Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.


Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre.


Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com Vocês, mas agora, realmente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa, infelizmente estarei morrendo


Sempre diz o que sentes e faz o que pensas.


Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma.

Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, diria-te “Amo-te” e não assumiria, loucamente, que já o sabes.


Sempre existe um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de dizer-te o quanto te quero, que nunca te esquecerei.


O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos. Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas. Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo.


Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita para lhes dizer, “perdoa-me”, “por favor”, “obrigado” e todas as palavras de amor que conheces.


Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para os expressar.


Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti.

"

111. Medo constante

Ou é de mim ou vivemos num clima de medo constante?

Temos medo da polícia (e usamos isso para segurar os nossos filhos "olha que vem lá a polícia e prende-te").

Temos medo das finanças (mas esperamos religiosamente pelo reembolso do IRS).

Não deixamos as nossas crianças brincar sozinhas na rua, mas queremos que sejam saudáveis e gastamos rios de dinheiro nos pedopsiquiatras.

Fechamos o carro logo que entramos com medo de sermos assaltados.

Não ajudamos aquela pessoa que encontramos parada na estrada com medo de sermos assaltados.

Não vamos ao Brasil com medo de sermos assaltados.

Não demoramos no banco com medo de serem assaltados.

Não damos esmola com medo de sermos enganados.

Morremos de medo da Asae, mesmo que estejamos 100% legais.

Não dizemos piadas sobre o governo, com medo de sermos processados.

Não dizemos piadas sobre o futebol, com medo de sermos espancados selvaticamente.

Não vamos ao hospital com medo de morrer, mesmo que se trate de uma constipação.

Não seguimos a nossa vocação com medo de ficarmos desempregados.

Não casamos com medo de não sermos felizes.

E no fundo, não somos felizes porque temos medo de viver.

110. Use um preservativo, Sr. Markl

Nuno Markl é um grande impulsionador da indústria dos preservativos. Ontem na rúbrica "Há vida em Markl", depois de inventar de propósito uma história para os tablóides onde ele tinha uma orgia no camarim da Operação Triunfo com uma mulher perneta, uma contorcionista e um cavalo, e se revelava no final como transexual, finalizou com a seguinte frase, que vai fazer história na rádio portuguesa do pós-25 de abril:

"Portugal precisa urgentemente de uma queca"

109. Cabrio

Não resisto aqui a esta banalidade. Ao ir para o emprego vi um cartaz de um peugeot à venda, com um cartaz dentro do carro. E o que dizia o cartaz, seria o número de contacto? Seria o nome do proprietário, ou talvez um mais prosaico "vende-se"?

Não senhor, dizia simplesmente "cabrio", que vem do francês "cabriolet", o que nunca me passaria pela cabeça, mesmo depois de ver a cobertura removível.

108. I'll be back

De vez em quando aparece um oásis mental num oceano de estupidez.

Esta semana um conjunto de estados pertencentes aos EUA resolveram juntar-se à Comunidade Europeia no chamado Mercado de Carbono, uma medida que visa o cumprimento do protocolo de Quioto e que foi rejeitada por Bush.

Entre os Estados que consignaram esta medida contam-se Nova Iorque e a Califórnia, do senhor Arnold Schwarzenneger (consegui escrever o nome dele de memória, espero que esteja bem escrito, caso contrário amanhã ainda levo com a espada do Conan na mona, o que, dado o estado miserável do nosso serviço nacional de saúde não é uma perspectiva muito animadora - além disso é coisa para doer bastante).

É caso para dizer, Obrigado. E "I'll be back".

Volta sempre...

domingo, outubro 28, 2007

107. Anedota do meu avô

Reza a lenda da minha família que um dia o meu avô, já algum tempo afectado pelo Alzheimer, se virou para o meu tio, vendo-o a andar curvado e cheio de dores, e pergunta-lhe:

- Que tens tu, rapaz?

- Foi o reumatismo, pai.

Resposta pronta do meu avô: - Onde é que está esse filho da p... que o parto todo?!

(Nota do autor: os verdadeiros heróis não são os que se escondem por trás de uma máscara. São os familiares de pessoas afectadas por esta doença e que mesmo assim conseguem o autêntico milagre de ter uma via quase normal. Eu da minha parte escondo-me na vergonha que sinto por não ter seguido a doença do meu avô de uma forma mais activa. A distância nos dias que correm não é desculpa. )

106. Puto Mongol

Ouvi na quinta-feira na rádio uma crónica sobre a Mongólia. Passados os tempos do Comunismo, os pastores nómadas voltam às estepes, fugindo da miséria da cidade.

Perguntam a um puto de 11 anos, pastor nómada que frequenta a escola (tornada obrigatória pelos comunistas), se queria ser pastor como os pais, ou ir para a cidade, ao que ele responde, com a maior das simplicidades (ou pelo menos o que deu a entender, o meu Mongol está um bocado enferrujado): "Serei o que os meus pais quererem que eu seja, porque foram eles que me puseram no mundo".

E penso nisto enquanto discuto com a minha filha por esta só querer roupa de marca.

(Outro pastor, pai de duas filhas, apresentava uma curiosa dualidade. Ele tinha andado na escola mas depois tornou-se pastor, para ser fiél à tradição. Mas para as filhas preferia que prosseguissem os estudos para depois irem para a Cidade. Como nós dizemos, ou à moralidade ou "comem" todos.)

105. Gorou-se

Afinal são 9 existentes existentes no filme de Al Gore, segundo o Tribunal Superior de Londres. Aparentemente, 90% do conteúdo do filme é verdadeiro.

Ou seja, podemos contar 10% de mentiras e mesmo assim ser prémio Nobel da Paz, o que não diz muito da idoneidade da instituição.

sexta-feira, outubro 26, 2007

104. As sete mentiras de Gore

O Ministério de Educação Inglês vai permitir a exibição do filme de Al Gore "Uma verdade inconveniente" nas escolas Inglesas.

Até aqui tudo bem e é muito louvável a iniciativa - com um pormenor de requinte: o mesmo Ministério reconheceu a existência de 7 erros científicos no mesmo filme, os quais vão ter de ser explicados no momento de visualização.

Ou seja, a dita "verdade" apresenta sete "inconvenientes" mentiras.

103. Crítica Literária, by Markl

O Nuno Markl ontem fez um sketch no programa da manhã da Antena 3 que eu achei das melhores coisa que ouvi nos últimos tempos. Chamava-se "Crítica Literária" e começava por dizer que, contrariamente ao que se costumava dizer, existia na maior parte dos lares portugueses pelo menos um livro, o Livro de Recibos Verdes. Depois fez uma crítica literária a este livro, mencionando o facto mais importante, o facto do livro "Verde" não ser assim tão verde, e terminando com a leitura de um "excerto".

Quando cheguei à parte do Nº do artigo do Iva já estava a rir sozinho dentro do carro. A fazer uma bonita figura de urso à custa do Sr. Markl.

domingo, outubro 21, 2007

102. Anedota Doméstica

Viviamos na altura num apartamento T3 com 2 casas de banho. A casa de banho grande tinha a sanita avariada, pelo que tinha sido necessário tirá-la do sítio, deixando à mostra o tubo do esgoto. E lá ficou a sanita, no meio do quarto de banho, esperando pacientemente por parafusos para a voltar a colocar no sítio.

De manhã, estava eu num momento "All Bran" na sanita da casa de banho pequena, quando ouço a minha filha a pedir para fazer xi-xi. Estava completamente à rasca, e eu a meio do serviço.

Foi então que o talento da minha mulher para o desenrascanço veio ao de cima, numa frase que vai ficar para a história da família:

"Espera fofinha, que a mamã vai pôr a sanita..."

(Fiquei sempre a imaginar o que os vizinhos ficariam a pensar ao ouvir isto ... )

101. Trilogia

Matt Damon referiu, acerca do seu último filme da Trilogia "Bourne" (The Bourne Identity, The Bourne Supremacy e The Bourne Ultimatum), que os seu trinta anos já transpareciam no último filme, pelo que não seria ele a interpretar os próximos.

A razão, no entanto deve ser outra, completamente diferente. Os primeiros três filmes eram baseados no livros de Ludlum, que entretanto faleceu. Os dois livros seguintes foram escritos por um seguidor do estilo de Ludlum, mas que começou por mandar Matt Damon para o desemprego logo no quarto livro da série "The Bourne Betrayal", ao começar a acção com um David Webb/Jason Bourne 14 anos mais velho...

Só espero que mantenham a mesma frieza na acção que foi a tónica dos três primeiros filmes...

100. Festival da Canção

E falando do festival da canção.

Aquilo parece um festival de cromos, anacrónico e fastidiante até à medula. Estamos em 2007, senhores. Ninguém vê aquela porcaria.

Actualizem-se, porr...

99. Covilha

Senhores membros da comunicação social. Assim não dá! Temos direito à qualidade de informação (e não estou a falar do telejornal da TVI).

No outro dia ouvi na rádio uma notícia sobre os problemas encontrados pelo Sr. Sócrates na "Covilha". Sabendo que ele é original da Covilhã, fiquei a pensar que a dita "Covilha" fosse uma aldeia qualquer, mas não. O nosso amigo da rádio comeu o "til" com a mesma voracidade com que a apresentadora do Festival da Canção acrescentou em directo um acento circunflexo ao nome da cidade de Aveiro, ficando "Avêiro".

Comilões.

98. No país do chocolate

Lembro-me de um programa sobre a realidade do ensino em diversos paises, mostrando realidades tão diferentes como a Europa do Leste, Ásia, Africa ou os Estados Unidos. Ao fim ao cabo, o que o programa mostrava era que não existia um método mas sim vários para atingir o mesmo fim - ensinar. Minto. O objectivo não é ensinar. Contrariamente à visão do ministério, o grande objectivo não é fazer com que os professores ensinem. Isso até podiam fazer com uma audiência de 30 galinhas e 20 porcos. O grande objectivo esquecido é "aprender". Os professores não estão ali para ensinar - os alunos é que estão ali para aprender. Há uma grande diferença.

Quando os alunos se convencerem de que não estão ali à espera do grande dia em que possam sair da escola, quando as politicas ministeriais se adequem ao que têm de ensinar, poderemos ter uma grande confiança no futuro.

O programa que mais me chocou (no bom sentido), mostrava uma escola da Suiça (pelo menos creio que era na Suiça - para o fim deste post, não interessa minimamente a sua localização). Nesta escola não havia livros escolares. Os alunos contruiam eles próprios os livros à medida que as matérias eram dadas. E o interessante era que as diferentes disciplinas eram coordenadas de forma a darem todas aspectos diferentes da mesma matéria. Ou seja, numa semana os alunos davam tópicos da mesma matéria nas várias disciplinas, conseguindo assim um grau muito maior de sucesso na aprendizagem do que quando as coisas são metralhadas para o quadro negro.

Claro que esta filosofia não agradaria minimamente aos patrões da Porto Editora... :)

sexta-feira, outubro 19, 2007

97. Queimadas

É mesmo de português. Termina a época em que é proibido fazer queimadas e toda a gente desata a queimar toda a porcaria acumulada durante o verão nos seus quintais. Houve dias em que pareciamos estar em Londres, no meio do nevoeiro. Hoje, e de certeza por causa disso, dois grandes incêndios deflagraram em Ponte de Lima e Arcos de Valdevez.

Ou seja, o Português acha que uma coisa, só porque deixa de ser proibida, pode (e deve) ser feita, à custa do bom senso.

Pensem, meus senhores, pensem. Ou o vosso grau de dependência do Estado é tal que é obrigatório que este decida por vós, indicando o que é proibido sobre determinado assunto? Isso é o que é necessário fazer às crianças, mas assim que ganham alguma maturidade deixamos de precisar de o fazer.

quinta-feira, outubro 18, 2007

96. Rebobinadores de cassetes

O Sr. Nuno Markl declarou que o invento mais estúpido de sempre é o rebobinador de cassetes.
Pertenço no entanto à estranha categoria dos homens que gostaria de ter um. Isto porque tenho um conjunto de cassetes grandes que não quero desperdiçar, mas o meu video está com problemas. Para já não consegue rebobinar em modo normal, nem passar para a frente, porque senão pára. Só funciona o play, o rebobinar em modo rápido e o passar para a frente. Qualquer outra combinação, incluindo o parar, tem como efeito o bloqueio do video e consequente necessidade de desligar e voltar a ligar.

domingo, outubro 14, 2007

95. Controvérsia Proverbial

Sempre achei muita piada aos provérbios, mas não sei se foi depois de ter visto um sketch dos Gato Fedorento sobre um escritor de provérbios, comecei a pensar sobre o tipo de pessoa que cria provérbios, e sobre a soberba confusão que reina naquela cabeça.

E digo confusão porque é suposto serem exemplo de sabedoria antiga, e no entanto são contraditórias.

Senão vejamos os seguintes exemplos:

"Grão a grão enche a galinha o papo"

"A pressa é a inimiga da perfeição"

"Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar"

Que contradizem com:

"A sorte persegue os audazes"

"Quem não arrisca não petisca"

Com que é que ficamos? Hem? Arrisco ou não arrisco?

94. Noite da má língua

Realizou-se no casino da Figueira da Foz uma reedição das noites da má-lingua, famigerado programa da SIC, dos tempos em que a SIC valia a pena ver.

Júlia Pinheiro, Miguel "MEC" Esteves Cardoso, Rui Zink, Rita Blanco e Manuel Serrão.

Façam um favor ao país.

Voltem!

93. Bicicleta

É uma sensação muito boa quando ensinamos um filho a andar de bicicleta. Não é fácil - primeiro porque temos de puxar da memória para sabermos as dificuldades que tinhamos quando nós próprios começámos a andar. Depois temos de explicar como fazer algo que para nós nos parece familiar e intuitivo.

E no fim deixamo-los sozinhos e ver a rapidez com que começam a andar é uma sensação muito boa, de missão cumprida.

Afinal é para isso que os pais existem, para darem aos filhos as ferramentas suficientes para se safarem sozinhos.

92. Os tomates da Maria

Não sou leitor assíduo da celebrérrima revista "Maria", mas sempre que tenho uma nas mãos não resisto a ler as páginas do consultório sexual, onde os Portugueses expõem as suas dúvidas na matéria. De todos os casos raros que li, um em particular chamou-me a atenção.

Falava de um jovem que tendo perdido um testículo perguntava como podia saber se o testículo que lhe restara era o que fazia "meninos", ou "meninas". Sim, porque homem que é homem só quer ter filhos "homem".

Há coisas estúpidas, não há?...

quinta-feira, outubro 11, 2007

91. Cláudia (Parte II)

Ontem ouvi o José Nunes na Antena 3 a queimar ao vivo a famosa Cláudia Semedo, por esta não saber o significado da expressão "chicotada psicológica". Cláudia, filha, ou muito me engano, ou não tardarás em saber na pele o seu significado, especialmente depois de teres confidenciado que tinhas ido ver o Planet Terror com a família Markl e a família Marinho (director da Antena 3), e que o filho deste se abraçava a ela nos momentos mais complicados. Chegou inclusivamente a dizer que o filho do José Marinho "já conhecia o filme".

Ora como o filme acabou de estrear, isso só significa que o pirralho teve acesso a uma cópia pirata do filme, pelo que não é um comentário muito inteligente, em especial quando é acerca do filho do nosso patrão, e ainda por cima estamos numa das rádios mais ouvidas em Portugal.

90. Histórias da vida de um informático (Parte 1)

Seguem-se algumas histórias que se passaram comigo numa empresa em que trabalhei. Non-sense completo.

Telemóvel

Na primeira história estavamos de volta de um conjunto de máquinas, ocupadissimos, quando aparece um tipo de mau aspecto a perguntar se queriamos comprar qualquer coisa que tinha na mão. Era um telemovel, ou melhor, a parte do punho de um daqueles sistemas antigos que se instalavam nos carros.

Frigorífico

Pouco tempo depois, alguém por brincadeira decidiu abrir a porta do frigorífico que estava dentro da secção técnica. Revelou-se uma péssima ideia, por dois motivos: primeiro, o frigorifico estava fechado e desligado à dois anos. Segundo, alguém se tinha esquecido de um queijo dentro do frigorifico. O cheiro que deitou é impossível de descrever. Só digo que é muito boa ideia a de enterrar os nossos falecidos...

Putos irritantes

Um fim de tarde fui a casa de um cliente configurar o messenger de forma a que o pai separado pudesse falar com os filhos. Ainda era no tempo das ligações analógicas, que demoravam uma eternidade em estabelecer ligação e que depois nunca mais se despachavam. Naquele dia, além de ter de lutar com uma ligação lenta, esta estava sempre a ir a baixo. Só algum tempo depois é que descobri a causa - os putos estavam a a divertir-se a desligar o cabo da linha telefónica...

Música

O meu patrão dessa altura pediu-me para ver dois problemas gravissimos. O primeiro era um problema na placa de som de um computador de uma loja de roupa, usado entre outras coisas para passar musica na loja. O problema é que as musicas "saltavam", ou seja, colocavam na primeira musica e a seguir passava para uma musica qualquer. Problema complicado - tirei o player do modo "random" (aleatório) e segui caminho.

Parei depois na casa (ou melhor, num casebre sem condições nenhumas) onde estava o computador e a dona que se lamentava que o leitor de cds não funcionava bem - só passava 10 s de cada música. E eu ali, lixado da vida por ter feito quilómetros por causa de uma opção do leitor de Mp3, e depois por ter feito mais quilómetros por causa do modo "scanning" de um leitor de CDs, modo esse que só passava 10 s de cada musica e avança para a próxima.

Virus

Em 1995 estava em Lisboa, ao serviço de um Organismo do Ministério da Saúde. Nessa altura, os computadores ainda não estavam em rede e tudo funcionava por disquete (ainda sou do tempo de instalar o Office 4.3 que vinha num conjunto de 35 disquetes - ou talvez mais - viviamos no terror uma falha numa das últimas disquetes que atirasse para o lixo uma hora de árduo trabalho).

Um belo dia fui à Direcção Regional para uma visita de rotina, levando um anti-virus numa disquete. Verifico que todos os computadores tinham virus, pelo que passei a tarde a tirar os vírus, e a passar de computador para computador ficheiros para substituir os ficheiros corrompidos pelos virus. No fim do trabalho as máquinas estavam limpas, os anti-virus instalados. Saí de lá cansado mas com a sensação de dever cumprido, sensação essa estragada pelas notícias do dia seguinte. Pelas palavras do Sub-Director do Organismo, o Sr. Engenheiro (moi même) estava proibido de entrar com disquetes na Direcção Regional, em virtude de estar a colocar virus nas máquinas. Virus que estes senhores sempre tiveram mas que desconheciam pelo facto das máquinas nunca terem visto a porcaria de um anti-virus nas suas curtas vidas digitais.

quarta-feira, outubro 10, 2007

89. Gatices

Vi hoje um episódio da Série Friends, uma das minhas favoritas e que revejo esporádicamente na 2. No episódio de hoje fomos brindados por três histórias cruzadas, o ciume abichanado de Chandler depois de Joe ter saído do apartamento, o trauma da irmã do Ross pelo facto de ter o irmão a morar novamente na mesma casa que ela e por fim o convite feito a Phoebe para gravar uma das suas músicas, "Smelly Cat", traduzido em Português para "Gato mal-cheiroso".

O que torna este episódio histórico, é o facto de quatro jovens Portugueses terem usado o nome da música de Phoebe para dar nome aquele que viria a ser o quarteto humorista mais famoso de Portugal.

88. Sensibilidade na língua

Ouvi hoje uma pérola na rádio que, mais uma vez, não resisto em contar aqui. Dizia um fulano que, em comparação com 2001, tinham morrido menos 800 pessoas nas estradas no ano de 2006.

Ora as palavras com que afirmou este facto são, no mínimo, mórbidas. Disse ele que "em 2006 ficaram por morrer 800 pessoas". Ou seja, estas 800 pessoas ficaram em lista de espera e terminariam a sua existência no decorrer do ano 2007, ao abrigo do programa de combate às listas de espera...

:)

87. Más conselheiras

8 MOTIVOS PARA NÃO SE CONFIAR SEMPRE NOS CONSELHOS DAS MÃES:

1º- Deixa de jogar bola e vai estudar para poderes ter um futuro !
(Mãe de Cristiano Ronaldo)

2º- Pára de gritar !!!!!
(Mãe de Luciano Pavarotti)

3º- Deixa de brincar com essas máquinas ou nunca terás nada na vida !
(Mãe de Bill Gates)

4º- É a última vez que riscas as paredes DA Casa de banho !
(Mãe de Michel Angelo)

5º- Pára de bater na mesa, estou cansada desses ruídos !
(Mãe de Samuel Morse)

6º- Fica quieto de uma vez, daqui a pouco vais querer dançar nas Paredes !
(Mãe de Fred Astaire)

7º- Nada de igualdades, eu sou a tua mãe e TU és o meu filho !
(Mãe de Karl Marx)

8º- Pára de mentir, TU pensas que estares sempre a mentir te
vai Ajudar a conseguir ser alguém na vida ?
(Mãe de José Sócrates)

terça-feira, outubro 09, 2007

86. Pavor

O contrário de pavor é corajoso, um sinónimo de corajoso é "sem medo" e um nome derivado desta expressão é "Semedo".

Cláudia Semedo é a nova voz do programa da manhã da Antena 3. É extremamente simpática, mas não tem presença comparável às restantes locutoras, nomeadamente a Raquel Bulha e a Ana Galvão. O timbre da voz dela é desagradável e as suas tiradas histéricas levaram-me já a fazer o impensável, mudar para outra estação de rádio durante o programa da manhã.

Para quem não conhece a Cláudia, era a apresentadora do programa Mega-Ciência e apareceu semi-nua num dos últimos filmes portugueses.

Agora é a nova voz da Antena 3. E enquanto ela lá estiver, vou procurar outra rádio, para salvaguardar o resto da minha inteligência e, principalmente, os meus ouvidos...

85. Educação

Batendo sempre na mesma tecla da Educação...

Alguém disse uma coisa interessante na Antena 3, coisa essa que não vou conseguir reproduzir na íntegra devido ao meu estado precoce de "Alzheimerização". Mas rodava tudo à volta do estado actual da educação e da falta de respeito que os alunos tinham pelos professores de agora, respeito esse muito diferente do que tinhamos alguns anos atrás.

A ideia de fundo era que os pais esperavam que a escola ensinasse algo diferente do que os putos aprendem em casa. Os professores esperam exactamente o mesmo, mas principalmente esperam que os pais tenham ensinado os valores essenciais, coisas simples como o respeito, por exemplo. Como os pais não têm tempo e delegam esse ensinamento aos professores, os míudos acabam no meio de uma guerra, aprendendo coisissima nenhuma de útil, e principalmente, não aprendendo a coisa mais essencial de todas: o seu lugar na sociedade.

84. Passividade activa

Somos todos fumadores activos, mesmo os que se dizem fumadores passivos. Pelo menos na minha simples opinião. Ao decidir não fazer nada, estamos a pactuar com uma determinada situação, ou seja que estamos a agir. Mesmo decidindo não fazer nada estamos a executar a acção de decidir não fazer nada, mesmo que seja decidir não pedir ao fulano do cachimbo para apagar a corneta. Portanto , somos todos fumadores activos.

Deixei de fumar aos seis anos quando um tio me enfiou um cigarro na boca. Tomei a decisão na hora de abandonar o tabaco, e consegui chafurdar pelos atribulados anos da adolescência sem sentir necessidade de fumar.

No entanto, reconheço o direito das pessoas ao vício. Não entendo as restrições impostas nos Estados Unidos, onde nem na rua se pode fumar. Considero isto um extravangante exagero político, de quem não sabe que o fruto proibido é de longe o mais procurado, principalmente pelos putos.

Os árabes é que têm razão, com os seus cachimbos de água. Aquela porcaria não polui absolutamente nada - dá é um trabalhão para meter no bolso... :)

domingo, outubro 07, 2007

83. Sharon Stone

Está a dar um conjunto de filmes com a fabulosa Sharon Stone, dotada de um dos mais bonitos corpos jamais vistos e da cara mais sensual dos últimos tempos. Além disso, dizem as más línguas que é bastante inteligente, o que nota bastante no "descruzar" de pernas mais sensual da história da sétima arte.

Nunca vou esquecer esta cena do filme Atracção Fatal, porque está ligada aos meus tempos da Universidade, e do espírito de camaradagem que se vivia então. Tinhamos uma espécie de tertúlia cinematográfica, assistiamos em grupo aos filmes, discutiamos as cenas mais interessantes, bem como aquelas falhas ou inconsistências que só os mais atentos descobriam. Eu, por outro lado, não ligava a isso hipnotizado pela história ou pela acção - pouco importava se se viam os cabos nas cenas de acção, ou se o actor aparecia com outra roupa na cena seguinte.

A ida ao cinema mais interessante foi para ver o filme Atracção Fatal, porque se juntaram no átrio dois grupos, que decidiram comprar os bilhetes ao mesmo tempo. Ao todo eramos 16, pelo que ficamos todos na primeira fila, mesmo junto à tela. Com visão perfeita sobre todos os poros da pele da actriz...

E só posso dizer que realmente, a Sharon é muuuuuito interessante. ... :)

82. Feeling SIC...

Senti-me doente, completamente enjoado ontem à tarde. Ainda pensei em ir às urgências mas não, eram simplesmente os efeitos secundários de ver algumas cenas no desfile do aniversário da SIC.

Os meus parabéns a quem teve a ideia de celebrar esta ocasião com um desfile de circo televisivo à boa maneira Americana, deram-me mais um motivo para desligar a televisão...

81. Braga, Harry Potter e os Simpsons

Existe na wikipedia um aviso a indicar que as secções de "trivia" são desaconselhadas. Estas secções em Português têm o nome de curiosidade, e ao passar pela página portuguesa sobre Braga tive um exemplo claro disso.

Além do resumo histórico e sócio-cultural, somos brindados por um conjunto de curiosidades que me aguçaram o apetite.

O primeiro tinha a ver com o facto de que existia nos livros da saga Harry Potter uma equipa de Quidditch chamada "Braga Broomwitchs", ou seja, as Vassouras das Bruxas de Braga. Isto pareceu-me estranho, porque, tendo lido os seis primeiros livros nunca encontrei menção nenhuma a este facto, pelo que pensei que fosse uma valente tanga.

Mas afinal sempre existia uma referência a esta equipa no livro "Quidditch através dos tempos", lançado pela mesma autora. Ao que parece a equipa Portuguesa de Quidditch tem realmente este nome, como que a gozar com o facto de ser a cidade com mais padres por cm2. Já que a autora passou alguns anos no Porto, tendo inclusivamente sido nesta cidade que deu à luz a sua filha, teria tido mais lógica chamar a equipa de "Porto Broomwitchs", mas conhecendo a sua biografia como conheço, não deve guardar grandes recordações desta cidade. Portanto, um ponto a favor de Braga...

A outra curiosidade tinha a ver com os Simpsons. Dizia o artigo que no vídeo promocional do episódio 20 da 18ª série apareciam coordenadas geográficas da lendária Springfield, que coincidiam com as coordenadas geográficas de Braga. Já vi este episódio de trás para a frente e não vejo coordenadas em lado nenhum, pelo que aqui sim, estamos perante uma VT.

"Valente Tanga".

sábado, outubro 06, 2007

80. Fados

Alguma razão para ser um espanhol a divulgar um filme sobre o fado? Porque é que não somos nós a acreditar na nossa arte, nos nossos valores?

Não é uma questão nacionalista, mais um desabafo - de certeza que vou ver o filme e aplaudirei o sr. Carlos se gostar do resultado final.

Afinal, um dos filmes favoritos sobre música é o Buena Vista Social Club, realizado por Wim Wenders. E se este filme servir para levar a nossa música mais além, fantástico.

O sr. Wim Wenders também já trouxe muita gente a Portugal com o seu filme "Lisbon Story", que girava à volta dos Madredeus.

79. Camacho

Camacho veio a público dizer que não tinha com quem jantar. Estou a imaginar a comunidade gay benfiquista aos pulos no estádio a gritar "anda cá..macho"...

O futebol é realmente um mundo muito complicado...

78. SMS (parte 3) ...

... ou o regresso do puto maravilha.

Recebi um novo sms do mesmo puto que me mandou o sms para o meu telefone. Dizia algo que me deixou completamente intrigado:

claro

Estará doente? A desperdiçar vogais desta maneira? Não seria antes "clr"?

Fiquei preocupado. Estive quase para lhe mandar um sms, mas não sei comunicar desta forma. Os ingleses chamam-lhe "generation gap"...

77. O mundo (também) está doido

Uma cliente da Apple decidiu pedir uma indemnização à Apple por esta ter descido o preço do modelo do iPhone que tinha adquirido. De facto a empresa Americana decidiu descer o preço do aparelho em 200 dólares, 68 dias depois da cliente ter adquirido, pedindo esta 1 milhão de dólares.

Deve ser interessante ser advogado nos Estados Unidos. Entro numa loja, tropeço nas pernas do meu filho e parto uma perna. Depois peço uma indemnização de muitos milhares ao dono da loja e ganho (isto aconteceu na realidade).

Há alguns anos mandaram-me um mail com processos estúpidos como este da Apple. A fulana pediu 1 milhão de dólares por uma alteração de política comercial da qual muitos outros consumidores beneficiaram, mas aquela senhora quer uma compensação de 1 milhão de dólares pelos danos morais de ver outro cliente a comprar o mesmo equipamento por menos 200 dólares. Foram 68 dias, portanto 14 705 dólares por dia. Mais do que ganha o Sr. Figo e companhia.

No tal mail, o caso que ganhou o consurso dos casos mais estúpidos, estava o dono de um carro que ligou o cruise control e foi para o banco de trás do veículo. Como é óbvio, na primeira curva o carro despistou-se e o cliente decidiu processar a empresa por não ter indicado no manual que era obrigatório ter as mãos no volante.

Ou seja, o mundo está doido...

terça-feira, outubro 02, 2007

76. O País está doido

Fantástico Pedro Santana Lopes, como que a redimir-se do passado, mostrou provas de uma íntegra sem par ao sair de uma entrevista na SIC Noticias depois de ser interrompido para um directo sobre a chegada de outro ilustre, José Mourinho.

De facto, o país está doido. Mas não é de agora e já não deve ter cura.

http://www.youtube.com/watch?v=3SFwLNA8Ceo&mode=related&search=

Se tiverem um minuto livre, leiam os comentários que o povinho internauta andou a semear no You Tube sobre este assunto.

E já agora, malta, importam-se de não meter tantos vídeos iguais, só para mostrar que sabem usar o botão de "upload"? Normalmente um chega, obrigado...

segunda-feira, outubro 01, 2007

75. Milagre de Fátima

Ocorreu na semana passada um novo "milagre de Fátima". Na Taça da Liga, o Fátima derrotou o poderoso FCP. Finalmente um milagre no qual posso acreditar, e que vale a pena uma peregrinação, a pé ou de joelhos.

Porque dos outros milagres guardo uma atitude mais crítica. Respeito a fé das pessoas, porque nos tempos que correm temos de nos agarrar a qualquer coisa, mas não subscrevo a atitude geral. Muito menos depois de ter lido um dos livros da Irmã Lúcia - um autêntico panfleto anti-comunista, estranhamente concordante com a linha de pensamento do antigo regime.

domingo, setembro 30, 2007

74. Fica bem, Benfica, fica bem...

Notícia bombástica de hoje, ainda mais bombástica do que ver os carros a boiar em Lisboa. O Benfica vai dar dinheiro aos Benfiquistas através do novo cartão de crédito - 10 Euros por cada golo marcado. Isto é uma opção corajosa, porque podiam ter escolhido dar dinheiro por cada vitória, o que era mais simples - dada a prestação na liga, era garantido que só precisavam creditar dinheiro de 3 em 3 semanas...

73. SMS (Parte 2)

Algum puto enviou uma mensagem para o meu telemóvel, que não resisto a pôr aqui:

Ola kapact td bem kntg?Ja andx n excol?Mek

O que acho fantastico é saber utilizar a pontuação e a Maiuscula no ínicio das frases. O mundo ainda nao está perdido (mas anda lá perto)....

quarta-feira, setembro 26, 2007

72. Petro-doláres

Andava eu desatinado à procura de um tema para blogar antes de ir para a cama quando encontro esta pérola que não resisto a partilhar: "Presidente da Galp afirma que os preços dos combustíveis são mais baratos no nosso país do que em Espanha". Tive de ler isto várias vezes para ver se no fim não vinha assinado pelo Ricardo Araújo Pereira dos Gato Fedorento. Mas não, era a sério. Na Galp pagamos menos pelos combustíveis do que em Espanha. Isto se fizermos a comparação dos preços como deve ser "líquidos de impostos e aplicando descontos".

Fiquei sem palavras. Snif... E ganha o Sr. Presidente o que ganha para vir a público dizer estas baboseiras. Contratem-me a mim, senhores do Conselho de Administração da GALP, que levo de certeza menos e com mais imaginação nas baboseiras.

Faz-me lembrar o Director Geral de um organismo para o qual trabalhei, e que foi dizer para a televisão que os fumos que saiam das chaminés das incineradoras dos resíduos hospitalares eram brancos "Brancos mais brancos não há!", afirmou ele, imitando um reclame de um detergente muito em voga na altura. Tenho que verificar se não estaremos a falar da mesma pessoa...

terça-feira, setembro 25, 2007

71. Exorcismo dos fantasmas do Liceu

Há que exorcizar fantasmas antigos, a começar pelo Liceu. Ou melhor, pelo agora chamado 3º ciclo do ensino básico, que vai desde o 7º ano ao 9º ano.

Pelo que lá passei, creio que só existem três tipos de alunos.

Os primeiros são os chamados arruaceiros. Tipos de vivem o Liceu apenas para provocarem os outros e testarem os seus limites (como a força dos seus punhos e a resistência dos seus narizes).
Na maior parte das vezes terminam delinquentes.

Os segundos são aqueles que têm algum estilo e que não se metem com os outros. A vantagem destes é que os ditos Arruaceiros não se metem com eles. Na maior parte das vezes transformam-se em funcionários públicos.

Os terceiros são aqueles que não ligam nenhuma ao estilo, nem têm vontade nenhuma de se meterem em confusões. Invariavelmente são chamados totós. Na maior parte das vezes são gente talentosa, podre de rica (eu sou a honrosa excepção - infelizmente).

Enquadrando-me no terceiro grupo, nunca consegui compreender os tipos do primeiro grupo. Não entendia o fascínio que tinham em provocar os professores. Lembro-me que um dia colocámos uma minhoca na fechadura da sala. Não contentes com a façanha, alguém achou por bém pegar-lhe fogo com um isqueiro.

Outra vez pegaram em gafanhotos e deitaram-nos na sala de aula (esta teve alguma piada).

Os recreios tornavam-se invariavelmente um tormento. Pegavam por exemplo, no facto de eu não dizer palavrões. Era um ponto de honra e mantive-o, mesmo quando eles me metiam abelhas pela t-shirt dentro. Hoje em dia digo palavrões com fartura, e gosto dessa liberdade que aprendi na Universidade (isso e a cerveja).

E se isso era assim nesse tempo, onde ainda havia algum respeito pelos professores, imagino agora, quando o professor tem a autoridade de um boneco de trapos.

Tenho portanto um dilema. A minha filha está a terminar o 4º ano do chamado Ensino Básico e vejo a situação da educação no nosso país crítica.

Primeiro temos as estruturas do ensino. Cada vez mais se fecham escolas que obrigam a concentrar os alunos em escolas mais afastadas. Não vejo é como isto pode melhorar a situação dos professores no desemprego nem a desertificação das zonas interiores. Só espero é que alguém tenha pensado bem nos problema de transportes.

Em segundo lugar temos um professor com pouca formação para lidar com os jovens acelerados de hoje e fazer notar a sua autoridade. Os professores têm vínculos precários, sentem-se desprotegidos. Tudo isto gera stress que só piora a situação.

Em terceiro lugar temos os programas extremamente extensos. Ainda agora vi o livro da minha filha que tinha conteúdos ao nível da Saúde que se dava no 9º ano. Para quê?

É preferível haver programas menos extensos - quem quer ter conhecimentos específicos numa determinada área tem os cursos profissionais ou a Universidade. Não há necessidade nenhuma, a meu ver, de carregar os jovens desta forma.

A vantagem de haver programas menos extensos era o facto de se poder dar melhor áreas chave.

Existem dois grandes problemas na escola. Dois problemas crónicos - a Matemática e o Português.

A Matemática é um conhecimento contínuo, uma aventura, não um conjunto de fórmulas que se mete numa cábula. Um dia dei explicações a uma vizinha. Aliás, dei UMA explicação a uma vizinha sobre um determinado assunto da matemática. Mas aquilo que lhe disse foi como estruturar o seu pensamento para chegar à solução. Ainda hoje ela disse que aquilo que tinha dito tinha sido importante na forma como via a Matemática.

O Português é outro quebra-cabeças. Não adianta tentar ensinar os Lusíadas ou os Maias a quem não consegue escrever duas linhas. Não ajuda os crânios do Ministério quererem mudar tudo de um momento para o outro com a tristemente célebre TLEBS (Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário). O problema não é esse. É como ensinar Cálculo Diferencial a crianças de 10 anos.

E depois, quem não se dá bem com o Ensino, opta invariavelmente pelo ensino Profissional. Onde vão parar alunos que, sabendo que podem sempre optar por essa via, não se esforçam para conseguir as mínimas bases. Os professores do Ensino Profissional, apanham com dois tipos de alunos diferentes: aqueles que deixaram o liceu e que sem bases nenhumas optam pela via mais fácil, e os que querem começar a trabalhar rapidamente, e que querem, genuinamente, aprender.

Porque é a chave de todo o processo - os nossos filhos estão ali para aprender. Não são o tubo de ensaio de meia duzia que definem as linhas mestras da educação. Não merecem ter confusões todos os anos com os concursos, não merecem ter professores desmotivados. Não merecem passar de ano sem estar bem preparados.

E nós, enquanto pais, não merecemos tanta incerteza no futuro dos nossos filhos.

70. Não há (dois) sem três

E depois do Filipe e da Ana, o primeiro produto completamente luso, enquanto que a mãe da Ana é Inglesa, temos a Mia Rose, outro fenómeno do You Tube. Linda de morrer, tem pai inglês e mãe Portuguesa. É modelo e tem uma voz fabulosa.

O problema é que enquanto no caso do Filipe tudo é genuíno, as nossas duas amigas do You Tube estão rodeadas de alguns mistérios.

O primeiro é, se as duas têm pelo menos o pai ou a mãe de nacionalidade Inglesa, porque têm nomes completamente portugueses as duas? Se só cantam em Inglês, se dizem estar em Inglaterra, se dizem ter progenitores com as duas nacionalidades, porque é que só têm nomes portugueses?

Depois existe um facto relatado num blog brasileiro. Pelo que eles afirmam, alguém no You Tube está a vigarizar as votações e as contagens de visualizações dos videos. Mas isto pode ser apenas a chamada dor de cotovelo, porque as duas míudas estão a ter um sucesso fantástico.

É só procurar Mia Rose no YouTube. E chorar por mais...

segunda-feira, setembro 24, 2007

69. Tugas por aí

Já não é de agora. Os tugas só lá fora é que conseguem brilhar, como se este pedacito de terra no canto inferior esquerdo da Europa não fosse suficiente. E é verdade. Não é nem nunca foi suficiente - o que vale é que por vezes um ou outro sai do caminho e persegue o sonho e a ambição.

Dois casos disso: Filipe Morato Gomes e Ana Gomes Ferreira.

Do primeiro já falei neste blog. Deixou o emprego que tinha como programador e lançou-se como viajante independente e correspondente da coluna Fugas para o jornal "O público". Passou catorze meses na estrada, partindo do Porto, atravessando a Ásia, Oceania e América. No fim voltou ao Porto, como se de um verdadeiro porto de abrigo se tratasse e colocou tudo num livro emocionante onde reune fotos e textos sublimes.

Mais do que um simples livro de viagens, onde se retrata o que se viu no caminho, Filipe retrata as almas das gentes - o ambiente simples de uma família da Mongólia, a luta de um homem cujo trabalho é desminar campos com os pés, o suor dos mineiros Bolivianos, a dor dos familiares das vítimas do Tsunami.

Em cada paragem, a procura incessante de um ponto de internet para o envio das suas crónicas e fotografias.

Vinda da Internet, temos Ana Gomes Ferreira, Portuguesa de 19 anos a viver na Inglaterra e cujos vídeos estão entre os mais populares do You Tube. A sua voz e uma viola. Simples e sincero. Vi um video à menos de meia hora e achei importante incluí-la aqui.

São dois viajantes que decidiram sair do ninho e ir mais longe. Afinal, uma fronteira é apenas uma linha no mapa da vida.

domingo, setembro 23, 2007

68. Adeus, Pedro

Era uma figurinha discreta no meio cómico português. Aparecia regularmente na televisão enquanto que no cinema fez o "dot.com", tendo sempre críticas bastante favoráveis.

Devido a um problema de saúde, Pedro Alpiarça estava desempregado. Um tratamento com base em cortisona agravou-lhe o estado depressivo, tendo-se suicidado na semana passada, atirando-se de um quinto andar do hospital Stª. Marta, em Lisboa.

Quando é que o estado Português acorda para a necessidade de proteger os artistas nacionais, que não fizeram outra coisa do que seguir o seu talento? Bastavam 500 metros do TGV para garantir todos os artistas portugueses por três gerações...

67. O terceiro mamilo de Silvia Alberto

Perdi ontem algum tempo a ver a Operação Triunfo. Em primeiro lugar chamou-me a atenção a genuinidade e beleza da grande Sílvia Alberto (só percebi muito mais tarde que raio era aquilo que lhe saía do vestido e que parecia um mamilo - um mísero microfone que teimava em sair nos piores momentos).

Mas pronto, foi bom ver tanto talento reunido, desde os músicos aos bailarinos, passando pela apresentadora e pelo júri. Em relação à edição anterior da operação Triunfo, notei um maior respeito pelos jovens talentos - já é dificil estarem alí a abdicar de tanta coisa para serem achincalhados em directo.

Chamou-me a atenção a bracarense Sara, que abdicou do segundo ano de medicina para estar alí e seguir o seu Sonho. Como recompensa o júri mandou-a para casa, sendo posteriormente "repescada" pelo público. Um pormenor - era talvez o único elemento que não tinha os pais no público.

Porque se trata de um sonho. Talento já têm. O vencedor do concurso leva para casa um valor em dinheiro e a gravação de um disco.

E mesmo que ganhem, mesmo que se tornem músicos profissionais, vão ter de viver no meio artístico nacional. Sendo músicos é possível que, fazendo as escolhas correctas, se safem, mas não é um caminho fácil.

sábado, setembro 22, 2007

66. Futebolito-tuga

Na semana passada, sete equipas portuguesas estiveram presentes nas competições europeias, vindo daí seis derrotas e um empate, pelo que as más línguas indicam como tendo sido uma "semana negra".

Eu, que não sou nem nunca fui um adepto atento, tenho outra opinião. Todos os jogos à excepção do Leiria e do Porto, foram perdidos pela margem mínima, com golos sofridos nos últimos momentos da partida. Nenhuma equipa sofreu aquilo que se denominava de "humilhante derrota", mas deram luta que os adversários não esperavam. Estivemos muito perto de vermos os gigantes europeus a cairem aos pés dos tugas, muito menos habituados a jogar aquele nível por força do Campeonato Português ser declaradamente "pobrezito".

Portanto, fizemos uma boa figura, demos luta aos melhores, não merecemos o epíteto de "semana negra". Afinal, "quase" fizemos um brilharete...

É pena que no futebol só o resultado final conte. Não interessa que os nossos rapazes tenham jogado bem durante 89 minutos. O que interessa, o que fica nas estatísticas, é aquele minuto em que o outro jogador adversário consegue a proeza de encontrar o buraco aberto para a baliza.

65. Poesia higiénica

Li a seguinte frase no champô da minha esposa:

"Descubra o prazer de uma textura cremosa, untuosa e fundente."

Com tanta poesia, não ficarei minimamente surpreendido se vir uma estrofe dos Lusíadas numa embalagem de sabonete...

terça-feira, setembro 18, 2007

64. A Norte nada de novo

Monção hoje estava cheia de polícia, brigada territorial, brigada de trânsito, etc.. Parecia que estavamos em estado de sítio, num Iraque qualquer. As pessoas, sabendo que a brigada de trânsito estava a multar a torto e a direito, estavam tensas. Fugiam pelos caminhos mais longos para evitar a polícia, Um homem parou o carro perto de um ecoponto para deitar fora garrafas (what else?...) , e não saiu sem antes pôr o colete.

Vive-se um clima de tensão, muita gente sente receio infundado de encontrar a polícia, como se algo muito profundo na nossa sociedade, revelando uma incompatibilidade histórica com a autoridade. Se não devemos não tememos, mas tememos esquecer-nos de algo que um polícia menos compreensivo pode pegar. Vivemos num país de regras, tantas que duvido que haja alguém que as saiba todas, tal como duvido que haja alguém que as cumpra na íntegra - mesmo os próprios legisladores.

Não nos podemos esquecer que a autoridade existe para manter a ordem e fazer cumprir as leis, as mesmas leis que fazem com que a sociedade funcione.

Dizem as más línguas que a estranha afluência policial em Monção se devia ao facto de um dia antes um condutor ter agredido dois agentes numa operação stop. Depois de ter abalroado o carro da patrulha e depois dos GNR terem ido atrás dele. O fulano era de tal forma que foram necessários seis para resolver a questão.

63. Teimosia selvagem

O cúmulo da teimosia aconteceu na minha vida há dois anos, bem no fim do verão. Curiosamente, deve ser também o cúmulo da estupidez, mas neste sector ainda há muito campo para explorar.

Costumavamos ir para uma praia pouco frequentada nos Pisões. Era um sítio calmo, conhecido apenas pelos pescadores. Naquele ano eu e um dos meus cunhados apontámos um determinado fim-de-semana para levar as tendas e passar lá a noite. Depois de muitos planos, chegou o dia e vimos que estava um bocado de vento, mas nada que impedisse a aventura - afinal tinhamos preparado aquilo há tanto tempo que não seria uma "brisazita" que iria estragar tudo. Afinal, o tempo poderia melhorar de um momento para o outro.

Animados por este pensamento, lá fomos. Dois carros, duas tendas, duas crianças e quatro adultos (dizem as más línguas que eram na realidade seis crianças, mas isso é outra história).

Chegámos, e começámos de imediato a montar as tendas. A famosa "brisazita" tinha-se transformado em temporal que ameaçava levar tudo pelos ares, deformando as tendas e obrigando-nos a por pesos em tudo o que poderia voar. Pusemos os dois carros ao lado das tendas para abrigar alguma coisa do vento e passámos uma boa meia hora a estender um oleado por cima das tendas, para proteger do sol do dia seguinte.

Passo seguinte, fazer o jantar - frango de cabidela. Fabulosos esforços da minha cunhada para impedir que o lume se apagasse no meio do vendaval. E nós ali no meio do vendaval, esfomeados, cansados pela luta contra o vento, tentando esquecer o frio e o vento que batia contra as tendas e tentava levantar o oleado.

Pensavamos todos que o pior tinha passado, mas a natureza é imprevisível. A cerca de um quilómetro, por trás do monte que ficava por trás da estrada nacional começava um incêndio.

Lembro-me de ouvir o meu cunhado comentar "aquilo nunca chega cá". Mas o fumo passou a chamas que desciam o monte, puxados pelo veto que soprava na nossa direcção. Mesmo assim decidimos ficar, à espera do pito.

Só ficámos realmente assustados quando o fumo começou a ir todo na nossa direcção. Nessa altura desmontámos de qualquer maneira as tendas que tinhamos demorado quase uma hora a montar. Dobrámos o oleado, o que seria uma operação simples se o vento não tentasse transformá-lo numa vela negra. Para o impedir a minha mulher pôs-se cima do oleado, que mesmo assim, e numa rabanada mais forte a atirou ao ar, aterrando a dois metros de distância (a bem dizer, foi o baptismo de vôo - e ficou com nódoas negras para o provar...).

Depois de tudo arrumado à pressa nos carros, a minha mulher pôs o panelão da cabidela ainda a ferver entre as pernas e fugimos em direcção a Amares.

Prólogo

No fim de semana seguinte o meu cunhado voltou a essa praia, constatando que o fogo tinha galgado a estrada e chegado ao sítio onde nós tinhamos tentado acampar.

Ou seja, até mesmo no campismos selvagem, o crime não compensa...

domingo, setembro 16, 2007

62. Chocolate

Aconteceu esta semana. Estava a chegar às instalações de um cliente quando pára uma carrinha de uma transportadora. Sai um rapaz que me pergunta se podia entregar um pacote na recepção, dirigido a um funcionário. Eu aceitei. Peguei no pacote, que devia ter 40x30 e pesar 300g, dei o meu nome e vi-o a seguir o seu caminho. Abanei o pacote para ver se tinha bomba mas não ouvi nada. Entrei e deixei o pacote na recepção. E esqueci-me completamente daquilo tudo. Era um pacote, eu fiz um favor simples, mas uma hora depois o meu nome e o do funcionário estava nas bocas do mundo. Ou pelo menos da empresa.

A razão era simples. Era o aniversário do funcionário. Cega de amor, a esposa tinha decidido enviar uma barra de chocolate para ele. Em vez de "cega", podemos mudar para "mentalmente paralisada", porque, se em vez de uma barra de chocolate tivesse enviado uma bomba, duvido que os estragos fossem menores.

Pelo menos na minha reputação.

61. Golfinhos nas dunas (parte 1)

Ele há coisas que não lembram o diabo, costuma dizer-se e com razão. Por outro lado, quem se arrisca nas dunas pode encontrar coisas estranhas, já dizia Rui Reininho.

Na minha adolescência passava o mês de Julho em Ofir. Tinha uma boa praia, com um bom pinhal. Andava quilómetros na praia.

Depois passaram-se anos sem lá ir. No outro fim de semana, aproveitando o facto de o tempo de Setembro estar o que Agosto não esteve, resolvemos ir para lá.

Depois do almoço, para digerir a humilhação de ter sido roubado no restaurante, fomos dar um passeio pela praia, em direcção à foz. A meio do caminho resolvi mostrar o estuário, pelo que atravessámos as dunas e percorremos a passagem de madeira até ao miradouro. A vista devia ser fantástica, não fosse a porcaria do nevoeiro que teimou em ficar todo o dia.

Depois voltámos para trás, saímos da passagem de madeira (o que não deve ser permitido, mas pronto) e atravessámos as dunas em direcção à praia. A meio caminho estava um cadáver de um animal, já em esqueleto, que a Manuela identificou como sendo uma gaivota e seguiu caminho para a praia, com as crianças.

Eu fiquei. Gaivota uma ova... O esqueleto tinha cerca de metro e meio, o crâneo terminava em bico, com vestigios de dentes a meio, a coluna vertebral estendia-se até ao fim, com vértebras finas e pouco espaçadas.

Identifiquei-o como sendo uma cria de golfinho, que deve ter dado à costa e que alguém puxou para a duna.

A cinquenta metros uma família com crianças estava deitada ao sol.

Em que país estamos quando uma coisa destas se deixa estar a apodrecer ao sol, numa zona frequentada por banhistas? Já tirei o número da capitania do porto de Viana do Castelo, e vou ver o que respondem.

60. Ambulância

Faleceu ontem no Hospital de Ponte de Lima Adriano Pereira, de 54 anos, por paragem cardíaca. Os familiares alegam que a ambulância tinha estado retida na A28 pela Brigada de Trânsito para efectuar teste de alcoolémia ao condutor - e que isto demorou 20 minutos o que teria sido fatal para o paciente. Deixa filha de 15 anos deficiente mental.

Esta é a noticia tal como está no site da TVI. Desta forma é fácil acusar a BT. Os factos estão todos contra eles e desta forma é fácil manipular a opinião pública.

Mas os outros jornais online contam outros factos que a TVI omitiu por desconhecimento ou por achar irrelevantes. O principal é o facto do relatório da BT apontar para 7 minutos o tempo entre a operação stop e a entrada no hospital - tempo bastante razoável, na minha opinião de conhecedor da estrada em causa. Depois aponta para a morte do senhor para uma hora e meia depois de ter dado entrada no hospital.

Ou seja, alguém mente quanto aos tempos em que esteve retida a ambulância.

Um último facto que a TVI omitiu: a ambulância não tinha suporte de vida. Ou seja, com ou sem paragem "forçada", um doente com problemas cardíacos nunca deveria ser transportado naquela ambulância, e o simples facto de o ter feito é sinal de desespero e uma boa métrica para o estado da saúde neste país.

59. Anedota S1

Corre esta anedota no circuito e-mail. Vamos lá testar se estamos num país livre...

"Um homem encontra outro que estava a fazer um peditório. Ao que parece, Socrates tinha sido raptado e os raptores estavam a pedir o resgate, caso contrário regavam-no com gasolina e ateavam-lhe fogo.

- E quanto é que costumam dar? - perguntou o primeiro.

- Bem, - respondeu o segundo - entre 5 a 10 litros...

"